Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2
Marilia Verissimo Veronese 42 atualizada em 2017, provocando retrocessos em relação à anterior, no sen- tido de uma visão mais conservadora e hospitalocêntrica da atenção à saúde mental. Essa última disposição foi anunciada na Portaria MS/GM nº 3.588, de 22 de dezembro de 2017, ainda no âmbito do governo de Michel Temer, após o impedimento (ou golpe, a depender da interpretação sobre o evento) da presidenta Dilma Roussef. A RAPS é composta por serviços e equipamentos públicos variados, tais como as Unidades Básicas de Saúde, o Núcleo de Apoio a Saúde da Fa- mília, os Consultórios de Rua, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento (UAs) e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III). Seu objetivo é o cuidado em liberdade e ela opera na lógica desmanicomializante do tratamento de problemas de saúde mental. (BRASIL, s/d). A Política Nacional de Economia Solidária, realizada pela Secreta- ria Nacional de Economia Solidária (SENAES) entre 2003 e 2016, sob o comando do saudoso professor Paul Singer (1932-2018), realizou fo- mento aos empreendimentos econômicos solidários, financiando também pesquisas sobre esse segmento de trabalho associado. Descontinuada por escolha dos novos ocupantes do Estado brasileiro, a partir de 2016, suas iniciativas não foram totalmente aniquiladas, pela importância das ações realizadas durante o período em que esteve ativa e pelo ânimo que move os empreendimentos econômicos solidários (EES). A base institucional na gestão pública federal, contudo, foi desmantelada; a secretaria foi criada no âmbito do extinto Ministério do Trabalho e Emprego e atuou na pro- moção do campo dessa “utopia militante”, como explica o próprio Singer (2014, p. 1): Em 26 de junho de 2013, a Secretaria Nacional de Economia Soli- dária (Senaes) completou dez anos de funcionamento militante no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram dez anos de muito trabalho e muita luta em estreita parceria com o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) e demais componentes desse movimento, não só em nosso país mas também nos países vizinhos do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e ultimamente, com a recente expansão da economia solidária em países dos seis continentes, que formam a superfície do globo e que compõem, com a economia solidária do Brasil, a Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária (Ripess).
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