Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

José Ivo Follmann 18 na para outro hemisfério”. Segundo o autor, isto não pode ser lido como uma mera retórica sensacionalista. Apoia-se em Dejours (1999), em Arendt (2004) e em Bauman (2001) para dizer: “... não podemos banalizar os desafios socioambientais do cenário global atual como historicamente banalizamos as in- justiças sociais, a violência ou a própria noção de mal no contexto da humanida- de”. O autor repassa diferentes expressões da atual doença da humanidade, referindo uma síntese a partir do documento do papa Francisco (2015). O corpo principal do texto do capítulo divide-se em três momentos: – “Ecolo- gia integral: princípios, dimensões e vetores transversais”; – “Promoção da justiça na perspectiva da ecologia integral”; “Bem viver”. Em algumas passagens de seu texto o autor se apoia nas reflexões que vem sendo realizadas institucio- nalmente dentro da própria de Rede de Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil, iluminando-as com novos originais aportes, sobretu- do a partir de todas suas vivências junto a representantes dos povos da Ama- zônia. Lacerda descreve o seu texto nos seguintes termos: “Ao longo deste texto objetivamos detalhar a ecologia integral, descrevendo alguns princípios, algumas dimensões e alguns vetores transversais que aprendemos coletivamente ao longo destes últimos cinco anos mediante intensas trocas de saberes com representantes do mundo acadêmico, dos movimentos sociais e das populações tradicionais, no Brasil e na América Latina”. O Volume II é (in)concluído com três provocações, já parcialmente repetidas em outros textos, e que são sublinhadas nos últimos parágrafos do capítulo deste autor, envolvendo: (1) a importância da mudança de paradig- ma ou da transição paradigmática, (2) a busca de interlocução com outras perspectivas alinhadas na mesma proposta e, por fim, (3) a pergunta que nunca quer calar: acreditamos efetivamente na possibilidade do novo?

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