Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

José Ivo Follmann 16 põe o sexto capítulo , no qual se busca apresentar elementos reflexivos que possam contribuir em uma “sistematização filosófica da temática ecointegral” . O capítulo pode ser definido como mais uma leitura filosófica da Encíclica Laudato Si’ , documento que, segundo o autor, deve ser visto como referência basilar, de impacto mundial, no tratamento do conceito de ecologia integral. Neste texto, o autor volta a sua atenção especificamente para as implicações e interfaces da Encíclica Laudato Si’ em relação com algumas áreas filosóficas particulares, como: a Estética, a Filosofia Ambiental, a Antropologia Filosó- fica, a Filosofia da Tecnologia, a Epistemologia e a Filosofia da Religião. O autor expressa a sua intencionalidade na busca de uma “filosofia ecológica integral” nos seguintes termos: “pretende-se apontar alguns dos fundamentos e importantes desafios especulativos e práticos que uma nascente Filosofia Ecológi- ca Integral deve levar em conta”. Os argumentos todos se voltam para como esta “filosofia ecológica integral” nascente poderá contribuir para “o cuidado da casa comum e a construção de uma cultura socioambientalmente justa e solidária”. Na sequência desses recortes filosóficos específicos, o capítulo sétimo , com o título “O diálogo entre teologia, ciência e cosmologia indígena, a partir do conceito de ecologia integral” , de autoria de Adelson Araújo dos Santos, nos conduz para dentro de uma reflexão teológica desafiadora. O autor, que é amazonense, atualmente docente na Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, demonstra uma percepção muito aguda em relação ao momento que vivemos, no qual “faz-se a passagem para a visão ecológica, que por sua vez aponta a uma nova visão cosmológica, o que nos permite elaborar uma nova narrativa ou conceituação de uma, assim chamada, ‘ecologia integral’”. O texto parte de uma ampla consideração sobre os tempos atuais e faz um registro sucinto do ensinamento do papa Francisco sobre “ecologia integral”, fo- cando também especificamente o “olhar a partir da Amazônia” . O capítulo se desenvolve em torno do que o autor chama de “contribuição do conceito de ‘ecologia integral’ para o diálogo entre fé, ciência e cosmovisões indígenas” . Colocando em pauta dois grandes caminhos de reflexão sobre a ‘ecologia integral’, tanto no diálogo entre fé e ciência, como no diálogo entre fé e cos- movisões indígenas, o autor situa a sua reflexão “ no contexto social e eclesial atual, marcado por uma nova era ecológica e por um novo momento da Igreja Católica, sob o pontificado do papa Francisco, com a sua particular preocupa- ção para com a região amazônica” . Em uma de suas colocações conclusivas, o autor confirma que: “ Assim, estar aberto ao diálogo com as tradições e sabedorias espirituais dos povos indígenas não constitui uma ameaça ao cris-

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