Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2
José Ivo Follmann 14 espelha o foco principal de sua reflexão em uma conclusão paradigmática de Paul Singer, quando escreve: “a economia solidária e o movimento anti- manicomial nascem da mesma matriz – a luta contra a exclusão social e eco- nômica. Uns são excluídos (e trancafiados) porque são loucos, outros porque são pobres ” . O fio condutor do capítulo gira em torno de ecologia dos saberes e justiça cognitiva e a autora tem como um de seus interlocutores centrais Boaventura de Souza Santos, na percepção de que as sociedades são abissal- mente divididas entre quem tem acesso a direitos sociais e culturais e quem não tem. Necessita-se, segundo a autora, muita imaginação epistemológica e imaginação democrática para avançar e dar conta do grande desafio que nos é imposto. No terceiro capítulo , com o título “A concepção inaciana de formação integral enquanto possibilidade de educar na perspectiva da ecologia integral”, somos conduzidos para outro horizonte de interlocução, mas para o qual são exigidas, também, muita imaginação e criação inovadora, especificamente no campo educacional. Segundo resumo do autor João Batista Storck, o capítulo apresenta a concepção inaciana de formação integral e a sua re- lação com a ecologia integral. Trata-se de um texto elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo precisar e aprofundar o con- ceito de formação integral presente no âmbito educacional da Companhia de Jesus e apresentar possíveis contribuições para educar e formar na pers- pectiva da ecologia integral. “ Não se educa formando para reproduzir o status quo, mas para fazer com que as pessoas sejam plenamente autênticas, sujeitos, cidadãs e cidadãos, homens e mulheres com capacidade de olhar a realidade de forma lúcida, crítica e comprometida com sua transformação”, diz o texto. Desenvolvendo reflexão detalhada sobre a atenção na formação de pessoas “conscientes, competentes, compassivas e comprometidas” como muitas vezes é reafirmado em reflexões oficiais da Companhia de Jesus, hoje, o autor foca com atenção especial o compromisso ecológico associado ao compromisso com a justiça social. Segundo ele: “Constatamos que um compromisso ecológico para a reconciliação e cura da terra junto com o compromisso da justiça social, são necessidades urgentes na medida em que afetam todas as pessoas do planeta”. A constatação apontada no final do capítulo anterior nos levou a colo- car na sequência a reflexão apresentada por Aloisio Ruscheinsky sobre uma “educação em justiça socioambiental para a ecologia integral” . É o que constitui o quarto capítulo que toma como referência o próprio processo de troca de conhecimentos desencadeado por intermédio dessa publicação e assim se expressa: “Esse espectro analítico desponta de uma visão sistêmica, de reci-
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