Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2
Introdução 13 grande e senzala”. A contraposição assim posta trouxe uma percepção da “ casa comum ” provocativamente diferenciada da leitura que normalmente é reproduzida. A provocação foi ampliada nos textos que fizeram a sequência final do Volume I: em primeiro lugar, uma reflexão sobre os desafios da educação superior na América Latina compareceu no diálogo, voltando-se particularmente para as interpelações a partir da responsabilidade social uni- versitária e ecologia integral. Trata-se de um convite provocativo que pode ajudar a repensar a universidade necessária para este contexto. Em segundo lugar, uma reflexão que teve como referência concreta os empreendimen- tos energéticos do Brasil mostrou como através do exercício da reflexão fi- losófica é possível iluminar processos de decisão que sejam coerentes com a ecologia integral. E, finalmente, uma reflexão filosófica referenciada às “Metas do Milênio” e à carta encíclica Laudato Si’ concluiu que a Ecologia Integral envolve uma nova lógica da vida, com novas exigências científicas, políticas e éticas dentro da perspectiva da interdependência, compaixão e solidariedade. Na sequência desta síntese pálida e muito espremida do conteúdo do Volume I, passamos para a apresentação sucinta dos conteúdos do presente Volume II. Trata-se igualmente de nove capítulos, que obedecem à mesma dinâmica presente no volume que precedeu. O primeiro capítulo abre este Volume II com uma reflexão de Sini- valdo Silva Tavares sobre “ Tecnociência e mercado sob o olhar da Ecoteologia ”. O autor nos brinda com um rápido apanhado das novas tecnologias dentro do contexto da mercantilização da vida e coloca tudo isto dentro da razão de ser de uma ecoteologia. Segundo o autor, “mercado e tecnociência constituem horizontes de fundo no interior dos quais se desvelam grosso modo todos os âmbi- tos da experiência humana. A tecnociência tornou-se horizonte de compreensão do ser humano em relação ao mundo e si próprio”. O capítulo conclui nos convidando para um exercício de discernimento sobre “ algumas das princi- pais interpelações lançadas à Ecoteologia por essa ‘cumplicidade promíscua’ entre tecnociência e mercado ”. Com o título “ A ecologia dos saberes na cidade: justiça cognitiva e práti- cas de cuidado em liberdade ”, Marília Veríssimo Veronese amplia a reflexão no segundo capítulo, tomando como foco específico a justiça cognitiva, e estabelece uma conexão provocativa entre economia solidária e exclusões psicossociais. O texto trabalha em interlocução com os dados de uma pes- quisa da autora sobre estratégias de reabilitação psicossocial junto a usuários da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Entre outras referências, Veronese
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