Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2
José Ivo Follmann 12 O conteúdo principal do Volume I pode ser sintetizado assim: foi o primeiro movimento no processo de diálogos e troca de narrativas, estudos e textos, constituindo-se em grande ponto de partida na pesquisa que em- preendemos sobre o conceito de ecologia integral. Foi uma contribuição rica para nosso processo de aprofundamento, sistematização e divulgação de aspectos chaves do que vem sendo produzido tendo como referência a ecologia integral e a justiça socioambiental. Nem sempre essas produções têm merecido a atenção suficiente, tanto dentro como fora do meio acadê- mico. Em nossa proposta, as duas palavras-chave, a ecologia integral e a jus- tiça socioambiental, formam o fio condutor de todo o processo de pesquisa mobilizador de produção de conhecimento. A experiência vem mostrando que em torno dessas palavras-chave diversos outros recortes se congregam. No texto introdutório do Volume I, nós afirmávamos: “Em torno destas duas palavras-chave – ( ecologia integral e justiça socioambiental) – muitas outras se congregam. O nosso diálogo, ou seja, a nossa troca de narrativas, estudos e textos, mesmo que se ampare neste fio condutor não quer ser entendido como um procedimento intelectual militante raso na defesa da importância e opor- tunidade heurística dos dois conceitos colocados no centro da atenção. O que de fato buscamos é a construção das condições hipotéticas do entendimento da pertinência teórica e prática do conceito de justiça socioambiental, em referência ao paradigma de ecologia integral”. Os autores e autoras acima elencados(as) nos serviram um “cardápio” diversificado e saboroso de abordagens dentro da perspectiva proposta. Foi retomada a importância do conceito de “ casa comum ” iluminado pelos prin- cípios éticos orientadores da carta encíclica do papa Francisco 3 . Essa abertu- ra foi secundada por dois textos iluminadores, focando diretamente o debate sobre o conceito de ecologia integral, tanto pela emergência deste conceito como “novo” paradigma, como pela argumentação a partir da ecosofia e da “ deep ecology ”. Na sequência, um capítulo fez uma primeira crítica à “racio- nalidade moderna”, contrapondo-lhe a assim denominada “racionalidade ambiental”. Esse mesmo enfoque foi ampliado e enriquecido projetando luzes sobre o paradigma da ecologia integral como algo fundamental para a compreensão ecossistêmica da saúde e a urgência disso no contexto atual de pandemia que vivemos. Essa reflexão foi seguida por uma contraposição ori- ginal entre a provocação da “ casa comum ” e o paradigma brasileiro da “casa 3 As referências à Carta Encíclica Laudato Si’ do papa Francisco, nesta obra sempre serão abrevia- das com LS, seguido ou não do número do respectivo parágrafo.
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