Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 1

Sílvio Marques Sousa Santos e Therezinha de Jesus Pinto Fraxe 72 razão que permita uma concepção holística e sistêmica, mais rica e completa em conhecimento, ou seja, complexa (MORIN, 1991). Em outras palavras, a razão ambiental (LEFF, 2009), mas mais do que isto, a razão amparada no paradigma da ecologia integral, que funda uma concepção abrangente de justiça socioambiental. Conclusão A título de conclusão, de maneira sucinta e direta, apresentamos a busca às bases filosóficas para a consecução do fim que buscamos que é con- tribuir na construção metodológica da racionalidade ambiental, mas inquie- tamente apontando para além dela. Explicamos: hoje as ciências ambientais estão majoritariamente empenhadas em resolver problemas ecológicos e/ou ambientais. É uma ação louvável e necessária. Não obstante, urge a neces- sidade de sistematização dos fundamentos ontológicos e sociais dessa ação. Pois toda casa há de ser construída sobre bases sólidas, caso contrário, está fadada ao fracasso. O paradigma da ecologia integral é uma proposta clara nessa direção, por isso a necessidade de se estudar, refletir, compreender, propor. As palavras se tornam matéria. Quando falamos de epistemologia ou hermenêuticas ambientais, a terminologia da sustentabilidade ainda é muito frágil, dando margem aos mais variados tipos de manipulação, em especial pela economia capitalista em seu discurso, por exemplo, de economia ver- de. É possível encontrar uma mineradora, ou uma madeireira, dizendo-se sustentável. Há de se fazer frente a degradação ambiental e de maneira mais contundente à sua variável antropológica, ou seja, a degradação humana e a perversidade da própria naturalização das desigualdades sociais. Apoiamo-nos inicialmente nos autores que nos possibilitam uma re- flexão do tema proposto. São eles o papa Francisco, Enrique Leff, Leonardo Boff, Elimar Nascimento e José Ivo Follmann. Sem embargo, nossa reflexão necessariamente passa por uma antropologia filosófica e é aqui que nos sus- tentamos, na obra de Henrique de Lima Vaz, dentre outros. Basicamente, o nosso trabalho supera a visão positivista da ciência, dada a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade das ciências ambien- tais, em suas variáveis ontológica e hermenêutica, que compõe esse novo campo científico que é o da sustentabilidade, no horizonte de uma justiça socioambiental amparada no paradigma da ecologia integral. Nosso intuito

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