Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 1

Josafá Carlos de Siqueira 20 o social (LS, 139); 2) temos que aproveitar o clima de sensibilidade, que hoje existe, com relação ao cuidado para com a natureza, temática que cresce cada vez mais em todo o planeta. O desejo de proteger a casa co- mum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar (LS, 13); 3) as questões ambientais que nos preo- cupam, como biodiversidade, recursos hídricos etc., repercutem na vida social, exigindo mudanças de políticas, hábitos e posturas (LS, 28; 33...); 4) está relacionado com as coisas que podemos e devemos criticar: visão fragmentada entre natureza, sociedade e ciência (LS, 110); individualismo desordenado (LS, 119); relativismo prático que trata as pessoas e a nature- za como meros objetos (LS, 123); a cultura de descarte social e ambiental (LS, 22); a exploração excessiva dos ecossistemas e a extinção de espécies (LS, 33; 36-38); a corrupção que esconde o verdadeiro impacto ambiental de projetos e trocas de favores (LS, 182); a mutilação da obra do Criador (LS, 89); a pretensão humana de ser dono absoluto de todas as criaturas (LS, 67); o ritmo de consumo e desperdício que supera as possibilidades do planeta e o torna insustentável (LS, 161), entre outras coisas; 5) refe- re-se às coisas que podemos fazer para mudar, como viver a vocação de guardiões da obra de Deus como parte essencial de nossa vida (LS, 217); estabelecer um diálogo entre as diferentes religiões visando o cuidado com a casa comum (LS, 201); buscar a simplicidade de vida que permite sabo- rear as coisas pequenas e agradecer as possibilidades que a vida nos oferece, sem nos apegarmos ao que temos, nem nos entristecermos por aquilo que não possuímos (LS, 222); e apoiar e viver a educação ambiental a partir de pequenas ações diárias, que estão ao nosso alcance (LS, 211). Na perspectiva da ética socioambiental, a guardianidade e o cuidado com a casa comum passam por mudanças dos hábitos planetariamente in- sustentáveis, com o objetivo de criar costumes que sejam socialmente mais justos e ecologicamente mais corretos e sustentáveis. Para tanto, somos es- timulados a repensar e reformular alguns valores na linha de um processo socioeducativo que inclua alguns princípios, como: a promoção de uma cultura menos consumista para evitar o desperdício e diminuir os abismos entre riqueza e pobreza; o combate à cultura do descarte de pessoas e dos re- cursos da terra; a conscientização sobre os efeitos e as consequências danosas das mudanças climáticas, dos rompimentos dos ciclos vitais e da destruição dos biomas e ecossistemas; a importância em resgatar a visão sistêmica do planeta e de uma ecologia integral que incorpore o bem comum, a intercul-

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