Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 1
Introdução 15 entre o horizonte da “casa grande e senzala” e o horizonte da “ casa comum ” como uma chave importante em sua reflexão: “Enquanto o paradigma da ‘casa grande e senzala’ é a marca de permanente reprodução das desigualdades sociais e raciais, a provocação da ‘casa comum’ é sinalização de ruptura radical com as desigualdades e seus mecanismos de reprodução”. Tem-se, nesse capítulo, uma leitura da “casa comum ” provocativamente diferenciada da leitura que normalmente é reproduzida. Na sequência deste recorte específico, o capítulo sétimo , de autoria de Daniela Gargantini e Inés Harrington , apresentado em língua espanhola, abre os horizontes para uma reflexão a partir e sobre os desafios da educação superior na América latina, voltando-se particularmente para as interpela- ções a partir da responsabilidade social universitária e ecologia integral. As autoras partem do seguinte questionamento: “A América latina apresenta inumeráveis desafios, em nível socio-econ ô mico-ambiental e político, os quais tomaram vulto hist órico tanto em profundidade como em complexidade”. O texto pretende mostrar o quanto isto desafia fortemente toda a comunidade científico-acadêmica. Segundo as autoras, as instituições de educação supe- rior e os centros de pesquisa têm um papel de primeira ordem em vistas a “contribuir na transformação da sociedade a partir da busca de um desenvol- vimento humano sustentável” . O texto aporta chaves ricas que interpelam a comunidade científico-acadêmica, desde e para a América latina. É um convite provocativo que pode ajudar a repensar a universidade necessária para este contexto. O convite provocativo é extensivo à Filosofia, por isso nada melhor do que o oitavo capítulo , na sequência, de elaboração de Joelson de Campos Maciel . O autor, ao propor um debate sobre os processos de tomada de decisão em relação a determinado empreendimento energético, nos convida a “um retorno ao ‘sapere aude’ (ouse saber) de Kant evoluindo para o ‘conscious aude’ (ouse ser consciente-responsável) de Hans Jonas”. O texto procura mos- trar como, dentro do ponto de vista filosófico, isto pode ajudar a colocar em questão os processos de tomada de decisão com relação a empreendi- mentos energéticos. A título de informação e para permitir ao leitor uma leitura mais contextualizada e circunstanciada, o texto faz igualmente um breve traçado do mapa geral dos empreendimentos energéticos do Brasil. O autor conclui que: “A grande lição que se chega é que precisamos da participa- ção popular, especialmente dos mais vulneráveis, minorias, povos tradicionais, indígenas, todos, quando houver a tomada de decisão desses empreendimentos energéticos”. O texto é finalizado com diversas sugestões de aplicação prática.
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