Futuro com ou sem agrotóxicos: impactos socioeconômicos globais e as novas tecnologias
Raquel Von Hohendorff, Wilson Engelmann e Daniele Weber da Silva Leal 90 geração atual sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as próprias necessidades. Assim, demanda um esforço conjunto para a construção de um futuro inclusivo, resiliente e sustentável para todas as pessoas e todo o planeta, e, para que seja alcançado, é preciso que se harmonizem três elementos centrais: crescimento econômico, inclusão social e proteção ao meio ambiente. Trata-se de elementos interligados e fundamentais para o bem-estar dos indivíduos e das so- ciedades (BRASIL, 2016; UNITED NATIONS 2017). Desta forma, os ODS definem as prioridades e aspirações de desenvolvi- mento sustentável global para 2030, e buscam mobilizar os esforços globais ao redor de uma série comum de objetivos e metas. Os ODS exigem uma ação mun- dial entre os governos, as organizações e a sociedade civil para acabar com a po- breza e criar uma vida com dignidade e oportunidades para todos considerando os limites do planeta. Diferentemente dos seus antecessores, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os ODS explicitamente convocam todas as organizações a utilizar sua cria- tividade e inovação para resolver os desafios de desenvolvimento sustentável. Po- dem ser compreendidos como uma oportunidade para que as soluções e tecnologias empresariais sejam desenvolvidas e implementadas para tratar dos maiores desafios mundiais de desenvolvimento sustentável. Na medida em que os ODS formam a agenda global para o desenvolvimento da sociedade, eles permitirão que as organi- zações líderes demonstrem como os seus negócios ajudam no avanço do desenvolvi- mento sustentável, tanto minimizando os impactos negativos quanto maximizando os impactos positivos nas pessoas e no planeta (SDG COMPASS, 2016). As nano- tecnologias representam uma enorme possibilidade para o cumprimento dos ODS, mas também, em função de seus riscos, um grande desafio em tal função. Dos 17 ODS os de números 2 e 12 são os mais diretamente relacionados ao tema deste artigo. As nanotecnologias podem fazer parte de vários deles, mas tanto o 2 (trata de fome zero e agricultura sustentável) quanto o 12 (trata de con- sumo e produção responsáveis) são diretamente relacionados à ideia do uso ade- quado e seguro dos nanoagroquímicos. O objetivo 2, que tem como definição acabar com a fome, alcançar a se- gurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável está totalmente inserido no contexto dos nanoagroquímicos, que tratam de uma das novas propostas para a intensificação sustentável da agricultura, em busca do combate à fome no mundo. Já o objetivo número 12, que aborda a necessidade de assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, está perfeitamente relacionado à questão da imprescindível abordagem dos riscos dos nanoagroquímicos, de forma a ser o mais sustentável possível, influenciando os padrões de produção e as escolhas do mercado consumidor. Ainda, até 2030, espera-se reduzir substancialmente a geração de resí- duos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. A ideia é incentivar as organizações, especialmente as empresas grandes e transnacionais, a adotar práti- cas sustentáveis e a integrar informações de sustentabilidade em seu ciclo de rela- tórios (BRASIL, 2016).
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