Futuro com ou sem agrotóxicos: impactos socioeconômicos globais e as novas tecnologias
Maria Cláudia da Silva Antunes de Souza, Maykon Fagundes Machado e Nelson Alex Lorenz 44 Sabe-se, conforme exposto de forma enfática na presente pesquisa, que adentramos em uma era onde se presume o respeito mínimo aos Direitos Fun- damentais previstos na CRFB/88. Sobretudo destacou-se aqui o Direito à Vida e ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, tanto para essa, como para as futuras gerações. Imperioso destacar que o modelo de Sustentabilidade a qual se propõe afasta toda e qualquer hipótese de degradação e desprestígio da Dignidade da Pes- soa Humana, sobretudo no que se refere a sua dimensão ecológica. Sendo assim, retoma-se o problema, seja este: atualmente as águas catari- nenses observam o princípio da sustentabilidade de forma a inibir quaisquer ris- cos e violações à saúde da coletividade? Considerado todo este relato de pesquisa, a hipótese provisória apontada inicialmente restou-se confirmada, considerando-se que não, de fato encontrou-se a omissão dos órgãos de fiscalização e controle do estado de Santa Catarina, in- clusive de instituições que, embora constatassem o potencial dano lesivo, carecem de ajuizamento de medidas cabíveis a impor responsabilidades perante as gestões de cada localidade, considerando-se inclusive a negligência dessas frentes ao prin- cípio da sustentabilidade. Destacou-se, ainda no presente relato de pesquisa, na forma de seus obje- tivos constituídos, tanto a gravidade dos ativos tóxicos nas águas catarinenses – demonstrados pelos relatórios técnicos e demais estudos aqui evidenciados, bem como a possibilidade de enquadramento do dano ambiental em debate como sen- do uma espécie de ecocídio, na modalidade hídrica, haja vista o potencial dano imensurável às águas catarinenses, com possível repercussão transnacional. Em suma, entende-se nessa abordagem pela integral proteção do relevante Bem Comum, leia-se as águas, bem como se considerando sempre a nossa inter- ligação com a Natureza. Ademais, caso ela seja lesionada, nós todos também sere- mos na perspectiva de um corpo. Ora, além disto, a terra é o nosso lar. REFERÊNCIAS ARANHA, Ana; ROCHA, Luana. Coquetel perigoso. Levantamento aponta que 1 a cada 4 cidades brasileiras tem água contaminada por 27 tipos de agrotó- xicos. UOL Notícias , 15 abr. 2019. Disponível em: https://noticias.uol.com. br/reportagens-especiais/coquetel-com-agrotoxicos-esta-presente-na-agua -de-1 -a-cada-4-municipios/index.htm. Acesso em: 20 ago. 2020. BECK, Ulrich. Sociedade de risco : rumo a outra modernidade. Tradução de Se- bastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2011. BOFF, Leonardo. Sustentabilidade : o que é – o que não é. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. BOMBARDI, Larissa Mies. Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Co- nexões com a União Europeia. São Paulo: FFLCH-USP, 2017. Revisado
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