Futuro com ou sem agrotóxicos: impactos socioeconômicos globais e as novas tecnologias
Maria Cláudia da Silva Antunes de Souza, Maykon Fagundes Machado e Nelson Alex Lorenz 34 conscientize com a causa comum, seja ela o trato das águas, bem como a preserva- ção integral do Meio Ambiente, ciente de que quaisquer atitudes de preservação de nossa Casa Comum possuem significante relevância. Aliás, se cada um fizesse sua parte, milhões fariam e obviamente todos ganhariam – tanto a presente como a futura geração. 1. OS AGROTÓXICOS NO BRASIL, DOS IMPACTOS E DO USO: DA VIOLAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS, NO PRESENTE E NO FUTURO A lesividade dos ditos defensivos agrícolas, ora denominados aqui como se deve, agrotóxicos, ao longo dos anos tem sido objeto de debate e discussão; entre- tanto, estudos evidenciam de fato o potencial risco que esses ativos causam, ultra- passando-se o mero controle de pragas, e utilidade e cultivo e uso na água, a qual se alega serem destinados (LOPES; ALBUQUERQUE, 2018, p. 522). O início da expansão da distribuição e uso desses ativos tóxicos remonta mais de 50 anos atrás, com o despertar de uma Revolução Verde que teria por fim único ser útil à produtividade e à agricultura. Entretanto, os efeitos colaterais são deveras preocupantes, conforme: A utilização em massa de agrotóxicos na agricultura se inicia na década de 1950, nos Estados Unidos, com a chamada ‘Revolução Verde’, que teria o in- tuito de modernizar a agricultura e aumentar sua produtividade. No Brasil, esse movimento chega na década de 1960 e, com a implantação do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas (PNDA), ganha impulso na década de 1970. O programa vinculava a utilização dessas substâncias à concessão de créditos agrícolas, sendo o Estado um dos principais incentivadores dessa prática (LO- PES; ALBUQUERQUE, 2018, p. 523). Terra (2008, p. 102) destaca que, por meados de: [...]“1980/1990 intensificou-se a caducidade das patentes que protegiam os primeiros agrotóxicos produzidos no país. Isto permitiu que um número maior de empresas especializadas na produção de agrotóxicos com patentes expiradas ocupasse as margens do mercado. Bombardi (2017, p. 33) eleva nossa preocupação quando esclarece que o Brasil, em um período posterior ao supracitado, leia-se de 2000 a 2014, expe- rimentou um elevado crescimento de aproximadamente 300% no consumo de agrotóxicos. Haja vista a política do agro no Brasil, que se direciona para a produção, estima-se que ocupemos o ranking nos primeiros lugares de consumidores de agrotóxicos, com cerca de 19%, perdendo-se apenas para os Estados Unidos da América (HESS, 2018, p. 129).
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