Futuro com ou sem agrotóxicos: impactos socioeconômicos globais e as novas tecnologias
Haide Maria Hupffer, Elizete Brando Susin e Jeferson Jeldoci Pol 132 qual é preocupante o aumento exponencial de novos registros de agrotóxicos com alto grau de toxicidade banidos nos países que sediam as principais empresas agroquímicas. CONCLUSÃO O repensar humano nunca se mostrou tão necessário e urgente como ago- ra. A humildade em reconhecer que o ser humano não é dono do Planeta em que habita, mas apenas parte do todo terrestre é um dever que não pode mais ser adiado, por conta de estar fadado ao seu próprio extermínio, caso os atuais há- bitos de interação do homem entre si e com a Terra não mudarem. Pode ser que o atual momento, em que vivem as sociedades humanas, possa contribuir para o surgimento de um “Novo Processo Evolutivo Humano”, do qual surgirá um novo convívio entre o homem e a natureza, impelindo a todos para o desenvolvimento de um “Novo Mundo”. Um mundo mais equânime, mais justo e mais sustentado. Que “aproveitar a oportunidade de que toda a imprensa tá falando só de pandemia de Covid-19, do novo coronavírus, para ir passando a boiada”, como o ministro do Meio Ambiente posicionou em uma reunião ministerial e de que o governo deveria “aproveitar este momento em que estamos contando corpos aos milhares para ir flexibilizando tudo ou destruindo a legislação ambiental” não seja o legado desta geração de brasileiros para as futuras gerações. De igual forma, que a escalada de liberações de agrotóxicos e as políticas de retrocesso ambiental não sejam a marca de uma nação em tempos de pandemia. É preciso tirar lições da Covid-19 e repensar as políticas indutoras de produção de alimentos que im- pliquem em perigo a saúde e a segurança das pessoas pelo consumo de produ- tos que geram externalidades negativas amplamente documentadas pela ciência e com notória degradação ambiental. Neste sentido, que a pandemia da Covid-19 seja uma lição aprendida e instigue políticas públicas de redução de pesticidas e agroquímicos. Contudo, há esperança! Referências a um “novo mundo” já podem ser obser- vadas com a denúncia de cientistas, organizações da sociedade civil, partidos políti- cos e sociedade sobre os riscos dos agrotóxicos à saúde humana e ao meio ambiente. O caminho é longo e tortuoso, visto que do outro lado há um conglomerado global de empresas agroquímicas com faturamento bilionário e que encontram no Brasil solo fértil para prosperar, em razão de uma legislação e política permissiva e pelas benesses representadas pelos vultosos incentivos fiscais e sociais já referenciados. Certamente, um “Novo Mundo” exige alimentação mais saudável e menos degradação do solo e dos recursos hídricos. Esta afirmação poderá levar alguns às seguintes reflexões: será mesmo que esta crise, na saúde mundial, deixa lições para impulsionar a humanidade rumo a um “Novo Mundo” mais sustentável? Será que a epidemia pela Covid-19 proporcionará a oportunidade de a sociedade repensar seu modelo econômico e assumir o desenvolvimento sustentável como legado para as gerações futuras? Será mesmo, esta crise, um start para um novo processo evolutivo da espécie humana?
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