253 Luciane Cristina Michelsen Rech, Haide Maria Hupffer e Joao Alcione Sganderla Figueiredo a oportunidade de escolha e de defesa frente aos riscos invisíveis que escapam à percepção dos sentidos humanos. Por outro lado, convém ressaltar a necessidade da ciência produzir mais pesquisas para alicerçar as decisões sobre liberar ou negar a utilização de agrotóxicos nos produtos hortifrutigranjeiros. A incerteza científica paira sobre os agrotóxicos e deixa uma névoa de possibilidades de inter-relações entre doenças e uso de agrotóxicos. Daí ser necessário ummaior embasamento teórico e pesquisas científicas para que as decisões de hoje possam ser defendidas commaior robustez e segurança perante as gerações presentes e futuras e, ao mesmo tempo, que a ciência também se volte para a busca de alternativas sustentáveis sem colocar em risco a produção de alimentos e a saúde dos trabalhadores e consumidores e o meio ambiente. Claro está que não é tarefa fácil pela complexidade que o tema dos agrotóxicos e produção de alimentos envolve. Com efeito, o consumidor desconhece quais os resíduos de agrotóxicos encontram-se no produto que está adquirindo, bem como desconhece os efeitos que o uso combinado pode ocasionar à sua saúde no médio e longo prazo, como intoxicação crônica, e o desenvolvimento de doenças neurológicas, hepáticas, respiratórias, renais, cânceres, entre outros já mapeados pela ciência. Além disso, contatou-se que trabalhadores de hortifrutigranjeiros por desconhecerem o risco ou por relativizarem o risco não usarem EPI`s adequados para o manuseio e utilização de pesticidas, colocam ainda mais sua saúde em risco pela exposição direta ao veneno utilizado para exterminar as pragas e insetos. Razão pela qual torna-se urgente a responsabilização dos revendedores e dos fabricantes e a obrigação de treinamento aos aplicadores com fiscalização rigorosa. Inúmeras normas internas já preveem a obrigatoriedade de treinamento, entretanto, pesquisas indicam que um dos problemas relatados com trabalhadores de hortifrutigranjeiros é a ampliação da dosagem e não utilização de equipamentos de proteção. A efetividade do direito à informação é dever do Estado e este deve agir com normas rígidas e exigências de comunicação dos riscos para o consumidor sobre os tipos de agrotóxi-
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