241 Luciane Cristina Michelsen Rech, Haide Maria Hupffer e Joao Alcione Sganderla Figueiredo se encontra ameaçada pelos riscos imprevisíveis, invisíveis, transterritoriais e transgeracionais produzidos devido ao avanço da tecnociência (SILVA; BORBATO, 2014, p. 8-11). De registrar ainda que, inúmeros agrotóxicos proibidos em seus países de origem são livremente utilizados no Brasil ou tiveram sua proibição muito tempo depois de amplamente aplicados nas lavouras brasileiras, como é o caso do “Glifosato, Abamectina, Acefato, Carbofurano, Fosmete, Lactofem, Paraquate e Tiram’’, o que demonstra que o Brasil não se preocupa com o consumo de resíduos de herbicidas e com seus efeitos toxicológicos. Exemplo surpreendente de intoxicação foi comprovado com resultados de pesquisa realizada com mães lactantes, que tiverem seu leite materno analisado, momento em que foram encontrados diferentes tipos de agrotóxico e a relação de nexo causal entre o leite materno e crianças que apresentavam leucemia, lesões pulmonares e dermatites de contato (DUTRA; SOUZA, 2017, p. 132-137). Parece evidente que os agrotóxicos são nocivos à saúde e colocam em risco não só a vida do ser humano, como também os ecossistemas, devido a sua composição com “grande variedade de substâncias químicas utilizadas para matar, exterminar e combater as pragas agrícolas, ou seja, são venenos agrícolas de evidente toxidade’’ e também devido ao círculo vicioso que causa no ciclo natural, ou seja, quanto mais resistentes esses “venenos agrícolas’’, mais resistentes e agressivos ficam os insetos e pragas a esses venenos, obrigando as empresas a desenvolverem novas substâncias para torná-los efetivos e, assim, conseguir exterminar esses insetos e pragas, como pontua Pedroza (2013, p. 220-224). Esse fato por si só gera um ciclo interminável, pois a natureza se torna resistente e os cientistas criam substancias cada vezmais fortes para combatê-la, o que leva a destruição do meio ambiente, aumenta o risco de intoxicação das pessoas que trabalhamde forma direta ou indireta com os agroquímicos, ou daquelas que consomem os agrotóxicos em frutas, verduras e demais alimentos. Para Pedroza (2013, p. 225-226), essa contaminação pode ocorrer no meio ambiente através do “solo, ar, água, causando um desequilíbrio ecológico e na vida das pes-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz