240 O direito à informação sobre os riscos e perigos dos agrotóxicos utilizados nos produtos... cola, sendo uma das principais fontes econômicas do País” (CONTE et al., 2017, p. 93). Essa dualidade permeia os debates e críticas sobre o demasiado uso de agrotóxicos na produção agrícola e na hortifruticultura. A produção feita em “larga escala, chamada monocultura”, utiliza no processo produtivo agrotóxicos, também nominados de pesticidas, que servem tanto como “controladores de pragas”, quanto para a “adaptação” dos alimentos produzidos “ao clima e ao solo”, com o objetivo de ampliar a margem de lucro e também de suprir a demanda da população por mais alimentos, como pontua Conte (2017, p. 93-94). Parte da aquisição de agrotóxicos pelo produtor rural se dá através dos “incentivos à créditos rurais’’, o que deixa claro para o autor o interesse por parte das indústrias e do comércio desses “produtos químicos’’, podendo ser aplicados “diretamente no solo, sementes ou em pulverizações’’, contudo o grande problema está no uso “desordenado e inconsciente’’, levando à intoxicação da população, devido à contaminação, tanto dos alimentos, quanto das águas e do ar (CONTE et al., 2017, p. 94-95). Limaet al. (2015, p. 901) ao tratarem do tema são enfáticos ao afirmarem que o uso de agrotóxico tem seu lado positivo na produtividade agrícola, através do extermínio de pragas, mas não deixam de analisar os impactos negativos, tanto na saúde da população que tem contato, seja, pelo trabalho e manipulação, seja por consumo. Silva e Borbato (2014), esclarecem que a “‘visão puramente econômica’ da população torna-os reféns do excessivo uso de produtos e substâncias para acelerar a produção agrícola’’ e cegos diante dos riscos irreparáveis e irreversíveis causados à saúde humana e ao meio ambiente, devido ao uso descontrolado dessas substâncias e produtos. Os autores referenciam Beck como argumento para dizerem que a sociedade industrial capitalista tem como escopo a lucratividade, tendo seus interesses próprios como prioridade, não prevendo os resultados devastadores que essas decisões acarretariam às pessoas e ao meio ambiente, o que foi caracterizado como a sociedade de risco, ou seja, período em que uma sociedade
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