228 O direito à informação sobre os riscos e perigos dos agrotóxicos utilizados nos produtos... exemplo, pode consumir produtos isentos de venenos ou viver em uma área longe das indústrias, que são propulsoras de gases tóxicos. Dependendo da situação e da circunstância pode-se ter resultados diferentes e o risco não estar tão presente para determinada classe social (PISA, 2009, p. 14). Risco e perigo têm diferenças conceituais. Perigo pode estar relacionado ao que acontecia na Idade Média quando da vulnerabilidade do homem pelas reações da natureza, como desastres naturais, enchentes, entre outros. São ocasionados por fatores externos, naturais. Já o risco pode ser compreendido quando existe perda em potencial devido ao efeito de uma decisão tomada. No entanto, tal circunstância vai depender de pessoa para pessoa, sendo que, o que é risco também pode ser considerado perigo e vice-versa. A característica do risco em relação ao perigo é a consciência obtida no passado e no presente, a fim de ter um resultado positivo no futuro, o que dá ensejo à reflexividade de Beck na sociedade moderna. Pois para Beck, uma das premissas que caracteriza a Sociedade de Risco é a conscientização das decisões presentes para obtenção de um resultado positivo e seguro para o futuro, frente as transformações que ameaçam a natureza e a existência do homem (PISA, 2009, p. 6). Os riscos são consequências das decisões do próprio sistema e das ações humanas. São as decisões advindas da área industrial, econômica, política, jurídica, tecnológica, que geram um problema global. Regras e princípios são criados como forma de compensar e controlar consequências indiretas do êxito da modernização, bem como são criados para atenuar ou diminuir a insegurança e melhorar a condição de segurança futura. A dinâmica da Sociedade de Risco está em “assumir que no futuro teremos que viver emummundo cheio de riscos inexistentes até hoje, como em assumir que teremos que viver em um mundo que deverá decidir seu futuro em condição de inseguridade” fabricado e produzido pelo próprio ser humano. Neste contexto, os riscos podem ser concretos ou abstratos (BECK, 2008, p. 24-25). Na passagem da teoria do risco concreto (ou dogmático) para uma teoria do risco abstrato, Carvalho (2008, p. 59) dis-
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