177 Adair Pozzebon e João Paulo Reis Costa Jänicke (2008), Huber (2000) e Olivieri (2009), concordam que a inovação tecnológica é o aspecto chave na modernização ecológica, onde a postura reativa frente às questões ambientais e de obediência às regulamentações cede lugar à inovação preventiva (TOMIELLO, 2010). Nesse sentido, a empresa não se coloca como alguém que somente causa o problema ambiental, mas também como instituições que trabalham na busca de inovações para contribuir na reforma ambiental. Está interdependência entre a dinâmica econômica e a ecológica, são essenciais na busca de um equilíbrio ou “reencaixe” entre a natureza e a sociedade moderna, através da institucionalização da ecologia nas práticas-sociais de produção e consumo. Olivieri (2009) defende que é através de dois mecanismos simultâneos que esse reencaixe pode acontecer, por meio da “ecologização da economia” e da “economização da ecologia”. Assim, a dinâmica de mercado tem potencial para exercer liderança na direção de mudanças ambientais necessárias (LENZI, 2005; OLIVIERI, 2009). Já para Hajer (1995), a abordagemacima reflete uma via tecnocrática da modernização ecológica, não sendo suficiente para sustentar o processo como um todo, propõemque para se tornar mais abrangente é necessário considerar outras forças motrizes tais como a política, a social e a cultural, que estabelecem um marco normativo e regulatório, induzindo também uma discussão sobre as próprias falhas do mercado em conter a degradação ambiental, e esta perspectiva está num “modelo ideal de modernização reflexiva”. Para Hajer (1995, p. 280-281), esta forma ideal indica a busca de um: [...] processo democrático de escolha social deliberativo fora dos cenários alternativos de desenvolvimento (ou de não desenvolvimento). Esta escolha social não está confinada à racionalidade instrumental (em relação às questões de “como fazer’; modernização ecológica deveria também estimular o debate sobre normas e valores que deveriam sustentar o processo de modernização. Para promover esta nova perspectiva a participação do estado e dos movimentos ambientais são cruciais, como bem
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