173 Adair Pozzebon e João Paulo Reis Costa A primeira parte deste trabalho apresenta o arcabouço teórico referente a modernização ecológica e, na sequência, uma descrição sobre o sistema de produção de tabaco na região do Vale do Rio Pardo, as estratégias e ações das indústrias de tabaco frente a problemática ambiental e a partir de informações coletadas, através de uma pesquisa empírica, junto aos agricultores que produzem o fumo no sistema orgânico, procurar contrastar este novo sistema produtivo, incorporado através do Sistema Integrado de Produção de Tabaco – SIPT, com os pressupostos e perspectivas da Modernização Ecológica – ME. 1 TEORIA DA MODERNIZAÇÃO ECOLÓGICA – TME Tanto o termo Desenvolvimento Sustentável como a Modernização Ecológica são construídos dentro da perspectiva da Sociologia Ambiental, que é uma ramificação da sociologia, a partir das proposições de Catton e Dunlap (apud LENZI, 2006, p. 27) que “propuseram um novo conjunto de pressupostos que tornariam a sociologia mais sensível à realidade ambiental, que chamaram New Environmental Paradigm (ou NEP)”, que compreende: “o estudo da interação entre o meio ambiente e sociedade é o núcleo da sociologia ambiental” (LENZI, 2006, p. 27). A partir da entrada deste olhar específico para as questões ambientais, a Sociologia Ambiental passa a dar conta de compreender os fenômenos existentes, com vistas a discutir a relação/interação entre ser humano e natureza, numa perspectiva de análise, que busque teorizar e refletir frente ao avanço do projeto de modernização mundial, fundamentado na industrialização, que traz consigo consequências ambientais desastrosas e insustentáveis. A crise ambiental planetária tomou corpo nos debates internacionais a partir da década de 70, lançando bases através da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, emEstocolmo no ano de 1972. Visando encontrar um método para enfrentar as crises (a ambiental, a do desenvolvimento e a energética), criou-se, em 1983, a Comissão Mundial
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