172 A produção de fumo no sistema orgânico no Vale do Rio Pardo e a teoria da... Ao mesmo tempo, o sistema agroindustrial, em específico as indústrias multinacionais produtoras de tabaco, tem avançado no uso de inovações tecnológicas para minimizar os impactos do cultivo do fumo ao meio ambiente e ao ser humano. Um aspecto que seguidamente aparece com relativa novidade, ora ganhando força, ora perdendo, na região do Vale do Rio Pardo é a produção do fumo no sistema orgânico, através do Sistema Integrado de Produção de Tabaco – SIPT. Neste sentido procuraremos contrastar a TME e a produção do fumo no sistema orgânico, para verificar como esta teoria pode contribuir para analisarmos esta situação latente na região, através de duas interpretações diferenciadas sobre a modernização ecológica: uma com o enfoque da abordagem de mercado e inovações tecnológicas e a outra através de aspectos de reestruturação política e moral. Região esta, que historicamente no Brasil e no mundo abriga um complexo fumageiro, cuja dependência econômica e política da fumicultura deixa a região bastante exposta a toda e qualquer oscilação que esse mercado possa sofrer, pois grande parte desse tabaco, cerca de 85%, é exportada para outros países. Alémdo que, as fortes campanhas antitabagistas nomundo vêmapontando para, a curto prazo, uma redução de fumantes e de consumo de cigarros emescalamundial. Essa demanda tende a diminuir no médio e longo prazo, o que coloca em cheque a matriz produtiva da região, pois o Brasil é o segundo maior produtor e omaior exportador de tabaco nomundo, sendo uma atividade de relativo impacto econômico para o país e, emespecial para o RS e, mais ainda, para o Vale do Rio Pardo. Em 2018, o tabaco representou 0,8% do total das exportações brasileiras, com US$ 1,99 bilhão embarcados. O principal mercado brasileiro neste período foi a União Europeia com 41% do total dos embarques de 2018, seguida pelo Extremo Oriente (24%), África/Oriente Médio (11%), América do Norte (10%), América Latina (8%) e Leste Europeu (6%). Para a Região Sul do País, a cultura é uma das atividades agroindustriais mais significativas. No Rio Grande do Sul, a participação do tabaco representou 7,4% no total das exportações. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco e líder em exportações desde 1993 (SINDITABACO, 2019).
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