História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
75 Márcia Cristina Furtado Ecoten, Carolaine Kirch e Joja da Silva Vaicëulionis desse processo. É nesse cenário que se situa o texto do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932). Sobre este período, Bóris Fausto aponta que: Um novo tipo de Estado nasceu após 1930, distinguindo-se do Estado oligárquico não apenas pela centralização e pelo maior grau de autonomia como também por outros elemen- tos. Devemos acentuar pelo menos três dentre eles: 1. A atua- ção econômica voltada gradativamente para os objetivos de promover a industrialização; 2. A atuação social, tendente a dar algum tipo de proteção aos trabalhadores urbanos, incor- porando-os, a seguir, a uma aliança de classes promovida pelo poder estatal; 3. O papel central atribuído às Forças Armadas – em especial o Exército – como suporte da criação de uma indústria de base e sobretudo como fator de garantia da ordem interna. (1999, p. 327). Ainda segundo Bóris Fausto, a partir de 1930, as medidas re- lacionadas à educação, especialmente no que tange a criação de um sistema educativo, tomaram outro sentido, partindo do centro para a periferia. O Estado passou a organizar a educação, a partir de uma vi- são mais centralizadora, como podemos constar a partir da criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930. (p. 337). É neste cenário de importantes transformações a nível nacional, que o texto do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi produzido. OS(AS) SIGNATÁRIOS(AS) COMO AUTORES(AS) NA RBEP Conforme já explicitamos anteriormente, a partir da coleta dos artigos e análise dos sumários da RBEP, construímos um quadro para representarmos os(as) signatários(as) do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932) que publicaram artigos na Revista, o número de artigos publicados e as temáticas desenvolvidas por cada autor(a). Nota-se uma vasta produção bibliográfica de onze dos/as vin- te e seis signatários/as do Manifesto: Anísio Spínola Teixeira, Antônio Ferreira de Almeida Júnior, Carlos Miguel Delgado de Carvalho, Ed- gar Roquete-Pinto, Fernando de Azevedo, Francisco Venâncio Filho, José Getúlio da Frota Pessoa, Manoel Lourenço Filho, Noemy Marques da Silveira Rudolfer, Paschoal Leme e Raul Carlos Briquet. Sendo que quatro deles se destacam em relação ao número de artigos publicados, como veremos a seguir.
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