História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

63 Márcia Cristina Furtado Ecoten, Carolaine Kirch e Joja da Silva Vaicëulionis cípio de descentralização administrativa; métodos, processos e avaliação da aprendizagem concebidos à luz das conquistas das Ciências Sociais, da Psicologia e das técnicas pedagógicas; a constituição de um sistema de educação a partir de plenos definidos do jardim da infância à universidade; a formação do professorado num espírito de unidade. O texto do Manifesto, escrito por Fernando de Azevedo, foi assinado por vinte e seis intelectuais, com diferentes posições ideológi- cas, mas que acreditavam na possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira, através da educação. Nesse sentido, com vistas a compreendermos o desenvolvimento de tal movimento na educação, analisamos a RBEP, em todos os números publicados ao longo do recorte (1944-2014) e mapeamos os textos publicados pelos(as) signatários(as). Parte do material analisado faz parte do banco de dados do Gru- po de Pesquisa ao qual estamos inseridas, coordenado pela Profª Drª Be- renice Corsetti, vinculado ao Programa de Pós-Graduação e Educação (PPGEdu) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Os demais artigos foram coletados no acervo da RBEP, localizado na Biblioteca da universidade. O conjunto de pressupostos teóricos que orienta o procedimento metodológico dessa investigação tem natureza dialética. Nessa perspectiva, adotamos a metodologia histórico-crítica, que visa compreender o desenvolvimento histórico objetivo, articulan- do texto e contexto no esforço de compreensão da problemática educa- cional. Trata-se de um estudo de análise documental. O trabalho teve início com a apropriação do texto do Manifesto, além da construção do contexto histórico em que o documento foi produzido e a análise da participação destes signatários como autores na Revista. O MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA (1932) Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade o da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos pla- nos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema cultural de um país depende de suas condições eco- nômicas, é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa que são os fatores fundamentais do acréscimo de riqueza de uma sociedade. (MANIFESTO DO PIONEIROS DA EDUCA- ÇÃO NOVA, 1932).

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