História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

47 Ester Rosa Ribeiro países europeus estavam impedidos ou com a capacidade de produção reduzida, o que ocasionou uma diminuição na oferta de produtos não duráveis. Dessa forma as indústrias de Rio Grande passaram a produzir mais e exportar mais também. Observo que Rio Grande entre o final do século XIX e os anos de 1940 era uma cidade dinâmica que atraía diversos segmentos indus- triais. Uma peculiaridade da cidade é o afluxo de capitais estrangeiros no final do século XIX, que acabou criando relações diferenciadas des- tas etnias com o poder público que refletiram inclusive na educação. A capacidade de diversificar e reinventar sua economia foi notória: quan- do a Europa sofria as consequências da II Guerra Mundial a cidade seguiu realizando comércio e lucrando; quando a economia integrada superou e atingiu Rio Grande, a economia voltou-se para indústrias pesqueiras. E, ao fim, ainda teve a criação da Refinaria Ipiranga atraída pela estrutura do porto, trazendo mais dinamismo e diferenciação a economia do município. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO E A INSPETORIA DAS ESCOLAS MUNICIPAIS ENTRE 1930-1945 No governo de Getúlio Vargas a primeira iniciativa relacionada à educação foi a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, seguida de uma reforma educacional. De acordo com Peixoto (1983, p. 201) a Reforma de Francisco Campos, marca, assim, o início de uma ação mais objetiva do Estado brasileiro em relação ao ensino. Sobre a inspeção escolar no pós 30, já na reforma Francisco Campos as tarefas do inspetor escolar diziam respeito aos aspectos ad- ministrativos e de fiscalização (SAVIANI, 2008, p. 29-30). O trabalho do inspetor era pautado por determinações políticas, e inclusive ideo- lógicas, próprias do período histórico. Durante o Estado Novo no Rio Grande do Sul o interventor era Cordeiro de Farias e de acordo com Quadros (2009, p. 209) coube a ele: [...] executar as diretrizes estabelecidas pelo governo central e que abrangiam três aspectos: a necessidade de conferir um conteúdo nacional à educação transmitida nas escolas; a pa- dronização do currículo, dos materiais didáticos e dos sistemas de regulação e fiscalização; a erradicação das minorias étnicas, linguísticas e culturais estabelecidas no Brasil. (p. 209).

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