História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
289 Elisete Enir Bernardi Garcia atuando principalmente no segundo segmento do Ensino Fundamental ou na supervisão escolar. No gráfico a seguir trazemos à tona uma das problemáticas da política de EJA do município de São Leopoldo, sentida pelas comuni- dades escolares, que é a rotatividade (não permanência) dos professores e supervisores 7 da EJA. A pesquisa confirma essa questão, pois, consi- derando os docentes que estavam atuando no período da pesquisa, os dados demonstram a instabilidade e a descontinuidade que tem a atua- ção dos educadores na EJA. A pergunta realizada aos professores foi em relação ao ano de Ingresso na EJA. Fonte: Dados primários oriundos da pesquisa “socioantropológica” aplicada pela SMED São Leopoldo-RS. Organização, digitação e análise dos dados realizados pelas pesquisadoras através do software Sphinx. Na Rede Municipal de São Leopoldo, os professores são con- cursados para o Ensino Fundamental regular sequencial – séries iniciais ou finais, mas não existe concurso específico para atuar na EJA 8 . Ape- nas 31% dos docentes foram mantidos, no ano em questão, com seu respectivo cargo – os demais atuavam na forma de extensão de carga horária. A problemática vivenciada na EJA pela rotatividade dos profes- sores encontra vinculação não só nas políticas de descontinuidade, pois não houve descontinuidade, nesse caso em estudo, nos anos de 2005 a 2009. Acredita-se que essa problemática reside também na falta de 7 Supervisão escolar compõe a equipe diretiva da escola, sendo eleita juntamente com a direção. Cada Unidade escolar que ofertava EJA, no ano da pesquisa, tinha em seu quadro um supervisor/a que tinha o papel de acompanhar e orientar a EJA da escola. 8 Um dos motivos para não realizar concurso para a EJA, conforme documentos da SMED, é o entendimento de que ela não existirá para sempre. Ela foi pensada, segundo esse argu- mento, como temporária, pois assim que as pessoas se alfabetizassem, a EJA teria cumprido sua função e não precisaria mais existir. A forte demanda para as séries finais é recente e, nesse sentido, vem forçando uma mudança conceitual na lotação dos professores. Assim, contraditoriamente à proposta da SMED, as extensões são pensadas na descontinuidade, provocadas por problemas internos e externos à escola.
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