História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
288 Sujeitos da educação de jovens e adultos e a prática educativa vens demais e imaturos. E, por sua vez, a escola de Ensino Fundamental sequencial, caracterizada por muito tempo como Ensino Fundamental “regular”, não os aceita também por não serem alunos “ideais” - são grandes demais, ou apresentam comportamentos que as crianças não podem compartilhar. Arroyo (2005) corrobora no que tange as práticas pedagógicas na relação com a diversidade dos sujeitos, pois segundo o autor: Teremos de inventar alternativas corajosas, assumindo que as formas como se cristalizou a garantia pública à educação não são estáticas. Podem e devem ser reinventadas [...]. Rein- ventando formas possíveis de garantir o direito à educação na especificidade das trajetórias vividas pelos setores populares. A EJA não foi inventada para fugir do sistema público, mas porque neste não cabiam as trajetórias humanas dos jovens e adultos populares. (ARROYO, 2005, p. 46-47). PROFESSORES Primeiramente, para conhecer quem são os professores da EJA, destacamos algumas características que compõem o perfil do grupo, tais como: gênero, ano de ingresso na EJA, formação e se desenvolveram pesquisa na área de EJA, no percurso de sua formação. Considerando o quadro de educadores atuando no magistério 5 municipal na modalidade EJA, interlocutores desta pesquisa, podemos destacar que, conforme as 114 entrevistas, 66,4% exercem as ativida- des na EJA relacionadas ao segundo segmento do Ensino Fundamental (etapas finais do Ensino Fundamental), enquanto o primeiro segmento do Ensino Fundamental (Alfabetização e Pós-alfabetização) ficou com uma representação de 19,5% e 14,2% atua em ambos os segmentos. Os professores são predominantemente do sexo feminino 6 : 77,2%, enquanto o sexo masculino ficou com uma representação de 22,8%, 5 Cf. Artigo 67, parágrafo 2º: Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, in- cluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006). 6 Cabe ressaltar que feminilização do magistério já foi exaustivamente tematizada pelas pes- quisas nas universidades brasileiras, não cabendo aqui se deter nesse aspecto. Mas o que se pode sinalizar é que a hegemonia das mulheres, nesse caso de São Leopoldo, se comparado com os dados Nacionais, não difere significativamente.
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