História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
286 Sujeitos da educação de jovens e adultos e a prática educativa Em relação aos docentes, foram realizadas entrevistas com os que estavam atuando no magistério municipal na modalidade EJA. Buscamos estabelecer uma relação de confiança com os referidos pro- fessores para que permitissem que os conhecêssemos, para além das evi- dências, ou seja, para além dos relatórios, atas e documentos que tratam sobre eles. Isso teve como objetivo analisar as diferentes concepções compartilhadas entre os professores referentes à política pública de EJA de São Leopoldo/RS. Assim, podemos destacar que foram envolvidos num total de cento e quatorze professores. Escolher a pesquisa qualitativa para suporte e sustentação da análise empírica implicou assumir uma postura de acolhida em relação aos achados da pesquisa e, com isso, ir tecendo diálogos com os interlo- cutores empíricos e teóricos e para tanto foi necessário lançar voos para várias técnicas/estratégias metodológicas. As questões que perpassaram pela tecitura da pesquisa foram: Os pressupostos da política educacional de São Leopoldo/RS para a elevação de escolaridade de jovens e adultos caracterizam uma política contínua ou representam, ainda, um caráter compensatório, descontí- nuo e instável?; De que forma as políticas educacionais de EJA da Se- cretaria Municipal de Educação - SMED constituíram as ações voltadas para a EJA?; Quem/como são os educandos e educadores que fazem acontecer a EJA na prática escolar?; Como os sujeitos que estudam e trabalham na EJA apropriam-se e constroem a política pública munici- pal desta modalidade? SUJEITOS DA EJA E A PRÁTICA EDUCATIVA ESTUDANTES A pesquisa indica um crescimento significativo, tanto em nível nacional quanto local, no município estudado, de jovens e mulheres es- tudando na EJA. Esses dois fatores têm evidenciado a diversidade da EJA. A presença das mulheres na EJA provocadas pelas mudanças socioeconômicas e culturais contemporâneas, já em 1994, era destacada por García-Huidobro (1994, p. 67-75), no Encontro Latino-America- no sobre Educação de Jovens e Adultos trabalhadores. Podemos inferir pela investigação que a questão da feminilização da EJA remete para uma mudança curricular para que os desejos e ne-
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