História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

257 REFLEXÕES SOBRE A SITUAÇÃO DA JUVENTUDE NA LINHA DE FRONTEIRA BRASIL/BOLÍVIA: CÁCERES Maria do Horto Salles Tiellet 1 INTRODUÇÃO O modelo de desenvolvimento brasileiro ampliou a polarização da pirâmide social, em cujo cume se estabelece um pequeno grupo so- cial, com uma grande concentração de renda, e na parte inferior há uma grande população que oscila entre o instante em que assume um lugar na base produtiva e aquele em que tem que lutar pela sua inserção no mercado de trabalho. Dito de outra forma, um contingente significati- vo da população fica à mercê das políticas públicas e do governo de de- terminado período que a colocam em uma gangorra que pode erguê-la à condição de cidadão com direitos e deveres consolidados e no instante seguinte usurpam-lhe os direitos. Nesse funesto quadro, a juventude se apresenta como o ten- dão de Aquiles do Estado brasileiro. É uma parcela da população que tem sido analisada com base em indicadores estatísticos, cujos dados isolados não são suficientes para compreender as complexas relações destes com a pobreza, com a fragilidade cultural em que se encontra essa população (TIELLET; PIRES, 2009) 2 , com a violência da qual são 1 Professora sênior do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade o Es- tado de Mato Grosso. Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2012), mestrado em Educação Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria (1996), especialista em Pesquisa Educacional pela Universidade Federal de Mato Grosso/ Rondonópolis (1993) e graduada em Licenciatura em Filosofia - FFCL Imaculada Con- ceição agregada à Universidade Federal de Santa Maria (1985). Atua principalmente nos seguintes temas: juventude, conflito, violência, violência escolar, políticas públicas, política educacional 2 Parte dos dados do estudo intitulado: A população jovem e a violência na cidade de Cáceres/MT , em coautoria com Itaara Gomes Pires apresentado na modalidade comunicação oral no III

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