História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
25 Alessandro Carvalho Bica, Simoni Costa Monteiro Gervasio e Tobias de Medeiros Rodrigues políticos que constituíram a história da educação da cidade de Bagé e da região do Pampa. Sobre a articulação do ensino e da pesquisa e também da rele- vância dos estudos na temática de história da educação, Saviani (2006), comenta: Penso que, considerando o nível que atingimos de desenvol- vimento das pesquisas em história da educação, estamos em condição de nos colocar as questões específicas relativas a uma mais forte articulação entre o ensino e a pesquisa em nossa área. Para isso, faz-se necessário atuar mais firmemente juntos aos cursos [...] transformando-os em espaços de rico estímulo às pesquisas e aos estudos educacionais. (SAVIANI, 2006, p. 26-27). É possível identificar que essas novas pesquisas que envolvem a História da Educação, abranjam também estudos mais localizados e regionalizados, permitindo leituras mais singulares, que levam os pesquisadores às inserções mais profundas em seus recortes temporais, priorizando questões de pesquisa e um contato mais próximo com suas fontes. Contudo, há também que ter um cuidado com esses novos olhares, com essas novas categorias e com esses novos objetos de es- tudo e de investigação. O historiador da educação que se proponha a trabalhar com estudos mais focalizados em história e em educação deve ter um rigor metodológico muito firme para que os objetos em estudo possam ser revelados e revividos sobre uma perspectiva historiográfica privilegiada da história e não sejam apenas inquéritos laudatórios, nar- rativas de fatos e acontecimentos históricos. Sobre as preocupações teóricas e metodológicas realizadas pelos historiadores, Tambara (2000) faz o seguinte alerta: O que me parece fundamental é estar atento à existência de uma preocupação constante no sentido de evitar-se uma ato- mização do real, a perda de referência da totalidade, e a imer- são em temas inócuos e politicamente desmobilizantes. [...] Estes objetos de pesquisa precisam, necessariamente, ser sub- metidos a análises que os insiram em investigações de séries de longo curso. [...]. Entretanto, não é questão de produzir História da Educação como um amontoado de fatos. Mas, há necessidade de resgatar a base empírica de nossas investi- gações. (p. 84). Ao manusearmos tais fontes, procuramos compreender o por- quê foram produzidas, quais as intenções de sua produção e quais os
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