História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
249 Aline Nunes da Cunha de Medeiros Na ótica de Tavares e Araújo (2018), a política de gênero no PMM permite às mulheres que se encontram em vulnerabilidade o acesso a cursos profissionalizantes que podem contribuir para melhorar o potencial produtivo, visando à inserção no mercado de trabalho, me- lhorando a vida dessas mulheres e de suas famílias. Os autores defendem que a experiência educacional vivenciada no programa contribuiu po- sitivamente na vida das alunas que concluíram as formações. As trans- formações se dão com a aprendizagem de um novo ofício, representam o primeiro passo de uma independência que resulta em sair de casa e voltar a estudar, tendo a possibilidade de ingresso no Instituto Federal. Essas iniciativas já são motivos para que as mulheres se sintam donas de suas histórias. “[...] a partir do momento que as mulheres entram no curso do PMM abre-se um leque de possibilidades de transformação em suas vidas” Tavares e Araújo. (2018, p. 5). Entre os anos de 2012 e 2015 6 , muitos cursos foram promovi- dos pelo Programa Mulheres Mil, no âmbito do IFSul, entre os quais: Almoxarife, Assistente de Crédito e Cobrança, Assistente Financeiro, Auxiliar Administrativo, Aplicadora de Revestimento Cerâmico, Arte- são de Pintura e Tecidos, Cartonageiro à Mão, Contador de Histórias, Costureiro, Costureiro Industrial do Vestuário, Cuidador de Idosos, Cuidador Infantil, Empregada Doméstica, Gestão de Resíduos Sólidos, Manicure e Pedicure, Pedreiro de Alvenaria, Pintor de Obras, Produtor Agropecuário, Recepcionista e Vendedor, etc. Entre os cursos disponi- bilizados, o de Cuidador de Idosos, Cuidador Infantil e Recepcionista foram os mais ofertados nos campi . A incidência desses três cursos como os mais ofertados no IF- Sul nos faz refletir sobre algumas hipóteses para tal configuração. São cursos de menor investimento, pois não necessitam de materiais caros para o seu desenvolvimento e representam cursos próximos à relação da mulher com a esfera doméstica, na medida em que cabe a ela o cuida- do com a educação dos filhos e a assistência aos enfermos e idosos. O fato de as mulheres frequentarem cursos que não rompam com funções historicamente atribuídas a elas não necessariamente freia o processo de independência, uma vez que optar por um curso próximo a sua realida- de pode ser um primeiro passo para encarar novos desafios. Parte-se de um terreno familiar, que encoraja, para futuramente adentrar em novos territórios. 6 Ver em: < http://www.ifsul.edu.br/pronatec/cursos > . Acesso em: 5 mar. 2016.
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