História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
220 Identidade docente nas páginas da Revista Polivisão: influências teóricas e movimento social Os temas recorrentes nas edições anteriores, permanecem pre- sentes no último número que se tem acesso. Além disso, consta uma matéria relacionada a uma viagem à Cuba, promovida pelo CPERS- -Sindicato, o qual constitui-se no órgão de representatividade sindical do magistério estadual. A estreita relação entre docentes e sindicatos pode ser compreendida a partir dos estudos relacionados às greves do magistério estadual 13 . CONSIDERAÇÕES FINAIS A Revista Polivisão encontrava-se organizada em seções, sendo que algumas destas se repetiram ao longo dos três números e outras não. Notadamente nos textos da seção “Educação”, percebe-se as influências teóricas que pautavam os docentes. Tanto indiretamente, como dire- tamente, Paulo Freire é uma das referências mais presentes nos textos publicados no referido periódico. Essa influência pode estar relacionada aos referenciais presentes nos cursos de formação de professores. Os textos dos docentes apontam para uma reflexão acerca da escola em um contexto capitalista, no qual é necessário pensar critica- mente as ações dos agentes sociais. Os mesmos tecem críticas ao pro- cesso de criação da instituição em que trabalham, cuja rede decorre dos acordos entre o Ministério da Educação e a USAID. Tal fundamentação encontra-se em consonância com o contexto estudado. Destaca-se que, seja pela formação ou seja pela atuação nos movimentos sociais, notada- mente aqueles relacionados às greves do magistério estadual, percebe-se a configuração de uma identidade docente, pautada teórica e politica- mente. Nesse sentido, o papel do sindicato está presente, como órgão de representatividade docente. Com relação à constância dos temas anteriormente menciona- dos, compreende-se que a identidade docente que pode ser desvelada a partir das publicações da Revista Polivisão encontra-se relacionada ao contexto político, econômico e social em que os sujeitos se encontra- vam inseridos. Logo, o grupo de docentes envolvido com a manutenção de tal publicação assume, em geral, em sua escrita, uma postura pro- gressista, politicamente engajada e que reivindica para a escola o papel de incutir a criticidade nas e nos estudantes. 13 Para tanto, ver BULHÕES, Maria da Graça (1992). A luta dos professores gaúchos 1979 – 1991 : o difícil aprendizado da democracia. Porto Alegre: L&PM.
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