História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
173 Graziela Rinaldi da Rosa e Venine Oliveira dos Santos nome de registo padronizado para os arquivos. Renomeou-se os áudios de acordo com a iniciais do Quilombo, enumerando as entrevistas de acordo com sua sequência, fazendo isso nos arquivos de áudio e escrito. Ao estabelecerem-se as fontes, o trabalho torna-se “científico”, pois realiza uma redistribuição do espaço, criando “um lugar”, que se constitui por técnicas específicas. Como por exemplo, o “registro”, que transforma a entrevista em algo que passou por um processo de orga- nização. Ou seja, nesse momento, a entrevista deixa de ser um “relato” e passa a ser uma fonte de estudo para os/as pesquisadores/as. A cate- gorização foi dada entre as próprias pastas de gerenciamento, podendo serem utilizadas em qualquer computador sem o auxílio de um software adicional. O acervo não conta somente com a possibilidade de pesquisa “memória”, vide as categorias de análise que podem ser pesquisadas no documento escrito, direcionando sua localização no corpo do texto. Aponta-nos Verena Alberti, que uma das principais riquezas da História oral é permitir o estudo das “formas como pessoas ou grupos efetuaram e elaboraram experiências, incluindo situações de aprendizado e deci- sões estratégicas” (2008 p. 165), e neste sentido, o material é rico em possibilidades. SALVA-GUARDA E PRESERVAÇÃO Frente ao material recolhido no decorrer do projeto, tornou-se interessante pensar um processo mais extenso de sistematização, que incluísse fotos e vídeos além das entrevistas. Essa ideia ainda é embrio- nária. No momento, nos deparamos com algumas dificuldades pois tra- ta-se de um tema pouco pesquisado. Ao longo da revisão bibliográfica, podemos observar que no projeto “Diagnóstico das Comunidades Ne- gras Rurais Remanescentes dos Quilombos” foi elaborado um questio- nário, de questões abertas e fechadas, acerca das comunidades visitadas e também opera um processo de levantamento de dados e ajuda-nos a refletir sobre as transformações que são submetidos os dados. Até o momento, o material sistematizado envolve boas possi- bilidades de pesquisa a partir da metodologia da História Oral, sendo uma oportunidade para os/as pesquisadores/as que buscam preencher a lacunas deixadas pela ciência do colonizador. Como nos aponta Le Goff (1990), essa forma de compreensão das fontes faz parte do que se enten-
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