História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

148 Relação público-privada na educação: um estudo em municípios catarinenses h) Em Santa Catarina o movimento educacional promovido pela FIESC com os parceiros educacionais (IAS, Secretaria de Educação do estado de SC, OCDE) caracteriza uma nova relação em que as vozes de diversas empresas começam a falar por meio de um representante. i) Na Região Oeste catarinense, constatamos dois tipos de par- cerias: aquelas efetivadas com o terceiro setor (público não estatal), como é o caso de Chapecó com o IAS e, mais comum nas parcerias, aquela concretizada com empresas privadas lucrativas – SEFE, Positivo, Bom Jesus. Embora os municípios sejam peculiares, a similaridade na construção das políticas educacionais se mostra por meio da privatiza- ção exógena, cuja reserva de recursos de um ano para outro garante a continuidade das parcerias, independentemente de o município ser de pequeno, médio ou grande porte populacional. O parceiro privado está onde pode receber pelos serviços prestados. j) Na parceria com o IAS, o programa adotado é o que inicial- mente foi chamado de Edulab21 e se caracteriza pelas competências socioemocionais. O município de Chapecó, pioneiro no Brasil, foi con- vidado para participar devido ao acaso. O acontecimento imprevisto, aproximou-os dos objetivos do programa e da aceitação de implemen- tação no município. Importante deixar registrado que o IAS expande suas parcerias também por meio de redes, por isso que a FIESC surge como nome apoiador na parceria. k) O IAS é uma instituição que procura se consolidar, inserin- do-se nas instâncias de maior relevância institucional, como o Minis- tério da Educação e o próprio CNE, que influência nas decisões das políticas públicas nacionais, logo dos estados e municípios. l) As parcerias com o SEFE (Chapecó/Xanxerê), Positivo (Lin- dóia do Sul) e Bom Jesus (Xanxerê) encontram justificativas ligadas à necessidade de direcionamento da rede de ensino, uniformidade e uni- cidade do trabalho docente. Esses motivos são justificados pela sobre- carga de trabalho docente, pela formação inicial docente (precária), pela não organização do corpo docente, pela falta de livros didáticos para todos os alunos e pela necessidade de ofertar a formação aos professores, que visa melhorar a qualidade de ensino, cujo parâmetro para tal con- ceito tem sido o IDEB. Em relação aos serviços oferecidos, estão pacotes de apostilas, formação continuada para professores, palestras para pais e assessoramento às secretarias municipais. Os segmentos atendidos e o início das parcerias são: Chapecó e SEFE nos anos iniciais do ensino fundamental (2013), Chapecó e IAS no ensino fundamental (2015);

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