História e políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas
146 Relação público-privada na educação: um estudo em municípios catarinenses Para Wood (2011, p. 28), “o segredo último da produção ca- pitalista é o político”. A não separação entre o político e o econômico contribuiria para informar uma ação política concreta de transformação social. Quando há essa separação, o político é reduzido pela autonomia da esfera econômica. Em Gramsci, sua contribuição se encontra na esfera da filoso- fia, ou seja, na atividade filosófica coexistem duas concepções de mun- do, sendo que uma se expressa na ação concreta dos homens e a outra pelo pensamento, pelo contraste entre o pensar e o agir. (TURCATTO, 2014). Assim, segundo Gramsci (2004), quando um grupo social toma a concepção de mundo do outro, por razão de submissão e subordina- ção intelectual, mesmo esse grupo tendo a sua concepção de mundo embrionária, não é possível separar a filosofia da política, “ao contrário, pode-se demonstrar que a escolha e a crítica de uma concepção de mun- do, são também elas fatos políticos”. (GRAMSCI, 2004, p. 97). Nessa dimensão, de extensa colaboração na tese, levantou pon- tos que contribuíram para conclusões teóricas. Assim, levantamos refle- xões sobre o Estado – concepções e funções no contexto atual; percurso histórico da relação público-privada, inclusive sua interface com a re- forma do Aparelho do Estado. Abordamos ainda análises que levanta- ram apontamentos acerca da relação público-privada como forma de regulação da educação pública; a sociedade civil como locus do setor privado, espaço onde se renovam os conceitos de democracia e partici- pação. O discurso dos organismos multilaterais, com foco no do Banco Mundial, que localizou orientações perpassadas pelas Conferências e Fóruns Mundiais de Educação sobre a participação da sociedade civil (setor privado) na construção das políticas educacionais. A dimensão política contou ainda com reflexões sobre os municípios pesquisados, seus sistemas de ensino, e revelou as parcerias que realizam, explorando as características dos materiais e dos programas das empresas parceiras. A partir do tratamento dos dados empíricos, foi possível apon- tar alguns elementos que perpassam a construção das parcerias nos mu- nicípios pesquisados. Passamos a apresentar os principais: a) O Estado é mais um bloco de poder e contribui para ajustar o capital global com o local. Por isso, valoriza os interesses privados, aproximando, também pela via da educação, a relação público-privada. Entendemos que o Estado em relação à política educacional redefine suas formas de atuação e regulação com base nos princípios a Nova
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