96 Avaliação emancipatória: as ressignificações dadas na política do Ensino Médio Politécnico em caracteres relevantes da realidade – os indicadores, conduzindo a uma tomada de decisão. Essa tomada de decisão pode ser autoritária ou emancipatória, conforme a postura do professor frente ao modelo de educação entendido por ele. A avaliação, em um modelo de educação que pretende a conservação da sociedade, é classificatória, porque mantém a sociedade dividida entre “os bons, os médios e os inferiores”; é disciplinadora, porque utiliza o critério da nota para exigir condutas dos alunos; e coloca o docente em uma posição de autoridade absoluta, porque atribui ao educando toda a responsabilidade pelos insucessos escolares. Saul também sinaliza a arbitrariedade do professor no processo de avaliação e da domesticação dos alunos na história da avaliação educacional: A história da avaliação educacional, em sua dimensão da avaliação do rendimento escolar, ou do aluno, tem sido marcada pela lógica do controle técnico. Nessa, o foco da avaliação é o que o aluno aprendeu, que se expressa pelo domínio de habilidades e conteúdos. A preocupação instrucional tem sido a mais frequente meta do trabalho em sala de aula. Associada à avaliação instrucional estão as avaliações do comportamento, expressas pela exigência de obediência às regras, e a avaliação de valores e atitudes dos alunos. (SAUL, 2015, p. 1303). A atitude de avaliação, que pretende uma transformação social, deve resgatar a sua essência constitutiva: a de diagnóstica. O professor deve ser um companheiro de jornada do educando, não para aplicar menos rigor à avaliação, mas para conseguir ter métodos mais adequados na tomada de decisão. Segundo Luckesi: [...] torna-se necessário que a avaliação educacional, no contexto de uma pedagogia preocupada com a transformação, seja efetivamente um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade para uma tomada de decisão. (LUCKESI, 2005, p. 43). Para que a avaliação seja coerente é necessário que se estabeleçam os mínimos necessários para ser aprendido pelo aluno e que se garanta que ninguém fique sem as condições mínimas de competência para a convivência social. Segundo Saul (2008, p. 23) a avaliação emancipatória, tem as seguintes características: [...] tem função diagnóstica; favorece o autoconhecimento do educando; contribui para que o educando se torne o sujeito do seu processo de aprendizado; tem compromisso com a
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz