77 Jonas Tarcísio Reis nhecimento. Tem um prisma investigativo. É um fazer avaliativo de caráter científico, pois objetiva desvendar o fenômeno que gera ou impede determinada aprendizagem. Um corpo docente consciente de que a educação é fundamentalmente um processo emancipatório, revê e reconhece sua turma e a heterogeneidade inerente às caminhadas escolares para avaliar suas produções de acordo com a realidade coletiva e individual. (AZEVEDO; REIS; GONZAGA, 2016, p. 156). Dessa forma, entendemos que AE é um meio capaz de encontrar – identificando os percalços nos processos pedagógicos – melhores caminhos para promover o sucesso do sujeito. Não é um instrumento que vai dividir o alunado entre dois grupos: o de sucesso e o de fracasso, mas vai elevar a qualidade dos procedimentos pedagógicos para possibilitar a edificação – da melhor forma possível – do conhecimento do aluno. A seguir, vamos observar algumas falas sobre a forma como os professores se comportaram e algumas afirmações que fazem acerca da AE proposta por essa reestruturação curricular. “A [implementação da] avaliação foi confusa, porque eles não aceitaram aquele conceito de CRA, CSA. Eles queriam nota, nota, nota. A nota, nota, avaliar o que? Eu vejo o avaliar muito mais amplo do que uma nota 5, 6 ou 7. Eu consigo avaliar um aluno que vai fazer a prova pelo fazer dele durante a minha aula. Ali, já tô percebendo a evolução do aluno. Eu faço a prova para ter um instrumento, para comprovar que o aluno teve nela, participou e aprendeu, para provar para ele e para a escola, porque o professor (durante a aula) já consegue avaliar o aluno. Agora esse número pra mim, uma nota 7, 8 ou 9 é muito subjetivo”. (PROFMR, grifos nossos). “A [...] educação numa visão mais libertadora, uma visão mais democrática, uma visão da realidade, do que o aluno realmente necessita, não simplesmente jogar os conteúdos e verificar se o aluno aprendeu ou não e, sim, fazer com que o aluno diga o que ele aprendeu, o que ele pensa da aprendizagem dele. A avaliação hoje em dia é só uma testagem: é apto, não é apto. [A avaliação tradicional] não vê a criança, o adolescente nas suas dificuldades, nas suas limitações e é só de 0 a 10 e pronto e a emancipatória tem essa avaliação [diferente]”. (PROFAM, grifos nossos).
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