73 Jonas Tarcísio Reis A AE busca a ruptura com o modelo tradicional de educação, qualificado por GESTORZ como positivista e tecnicista. Ele explica que a concepção de educação integral, também conceituada como politécnica, leva a necessidade de se ter um tipo de AE. Podemos abstrair, assim sendo, que toda a fórmula educacional com base nos seus pressupostos políticos, ideológicos, epistemológicos leva, necessariamente, à organização e seleção de um conjunto específico de conceitos, sendo a avaliação um deles. Nessa perspectiva, GESTORV revela alguns elementos importantes da dedicação da SEDUC-RS sobre a problemática da nova avaliação e as suas imbricações: “Essa foi uma das questões sempre levantadas nas formações. A prioridade era que o aluno fosse visualizado, nas condições que ele tá dentro da escola. Pra ele ser visualizado, tinha que escancarar muito os dados de exclusão, e começamos a fazer um trabalho. Já no final do levantamento dos dados dos últimos anos houve uma mudança, sim, eu não vou garantir que essa mudança foi da aprendizagem, até porque eu acho que muitos professores não conseguiram fazer o trabalho, mas eles, pelo menos, conseguiram enxergar o aluno de forma diferente [...]”. (GESTORV, grifos nossos). Na fala do GESTORV percebemos um esforço para mudar a lógica avaliativa para que o aluno passasse a ser o centro dos processos. Também de construção de novas práticas pedagógicas, capazes de promover um avanço na concepção de avaliação, considerando o todo de modo a identificar as insuficiências do processo pedagógico e construir as suas superações. Nessa linha, destacamos trechos de falas de professores acerca do PPDA: “Vou pegar os três temas na minha escola: avaliação por conceitos, autoavaliação e conselho de classe participativo. Isso é um avanço, porque tira aquela necessidade de tu ranqueares os estudantes, coloca uma necessidade de recuperação dos conteúdos [...] porque tem aquela avaliação complementar, avaliação PPDA. Mas gerou uma carga de trabalho com os professores. Eu tinha um colega que tinha 26 turmas de sociologia lá no Julinho, é impossível que ele consiga trabalhar PPDA com os seus alunos. Isso criou uma carga a mais de trabalho que os professores entenderam como uma coisa negativa.
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