Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

72 Avaliação emancipatória no Ensino Médio Politécnico mas com a seleção. Esse é o conflito: a dificuldade estabelecida nessa direção de fortalecer a AE e a concepção de educação integral e politécnica foi toda a trajetória do nosso projeto”. (GESTORZ, grifos nossos). “A AE sai da simples rotulação: tu és isto ou tu és aquilo. Ela te proporciona um pouco mais de leveza para circulares nesta área, porém, tu tem que querer, que buscar e ser incentivado e isso não ficou claro para os professores. Têm professores que não sabem fazer isso, eles não sabem. Ele tá te vendo ali, fazendo o trabalho, aí, no dia da apresentação, tua presença, tua parte, a fulana vai falar agora, ciclano vai falar isso – não é um trabalho em equipe isso, não um trabalho em grupo. Então, nós precisaríamos antes de fazermos um projeto bom, para que ele realmente seja bom, trabalhar com os professores”. (PROFRJ, grifos nossos). PROFRJ observa que para implementação da AE é necessária a motivação para querer mudar. Nesse sentido, a formação continuada seria o passo adiante para que pudesse se materializar em prática o conceito da AE no âmbito do Ensino Médio. Conforme Azevedo, Reis e Gonzaga (2016, p. 155), a avaliação na perspectiva emancipatória funciona como um instrumento diagnosticador dos obstáculos à aprendizagem. Os autores ainda destacam que: Permite a melhoria das práticas pedagógicas. Privilegia a aprendizagem na relação docente/discente. Sua capacidade de elevar a qualidade do ensino está em voltar-se principalmente ao desvelamento da realidade, da complexidade e do nível de aprofundamento das relações aluno-saber, aluno-professor e aluno-escola. Seus fundamentos miram a superação, por parte da escola – e não individualmente por parte do aluno de forma solitária – dos entraves gerados aos educandos na apropriação e produção de novos conhecimentos. Trata-se de se colocar a avaliação como ferramenta para garantir o sucesso do aluno, verificando suas necessidades, impasses, limites e induzindo suas potencialidades com intervenções pedagógicas adequadas e estimuladoras da aprendizagem. Tal concepção vai à contramão daquela forma quantitativa, classificatória e meritocrática de avaliação, atrelada à disciplinarização do currículo centrado na repetição de conteúdos. (AZEVEDO; REIS; GONZAGA, 2016, p. 155).

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