Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

70 Avaliação emancipatória no Ensino Médio Politécnico ção, podemos observar o que propõe o “Regimento Padrão” do EMP (RIO GRANDE DO SUL, 2012), muito próximo da linha de atuação docente de PROFMR: [...] a sala de aula no decorrer do ano letivo, é o lugar onde ocorrem as relações: a criação de si mesmo e do outro e se avança na construção da aprendizagem, e no qual ocorre a avaliação formativa. É o espaço cotidiano, de ação-reflexão-ação, num processo de observação continuada, na busca do autoconhecimento, num permanente processo de criação e recriação de si mesmo. (RIO GRANDE DO SUL, 2012, p. 13). Nessa linha, os professores identificam que a avaliação nos moldes tradicionais não dava conta da realidade da escola, dos desafios do tempo hodierno, das necessidades dos estudantes. Vejamos um trecho da entrevista com o PROFJG enquanto discorria sobre as insuficiências da escola antes da implementação do EMP: “[...] A avaliação se tornou só uma mera aferição – não uma mera justificativa da aprendizagem para dizer se o aluno aprendeu ou não. – [...] Na verdade esse tipo de avaliação não reflete isso. Então, acho que isso [a AE] foi importante”. (PROFJG). O entrevistado PROFJG revela que, durante o curso de construção histórica da escola, a avaliação foi se tornando um simples instrumento de aferição de resultados e não necessariamente um processo pelo qual podemos compreender o porquê e o como das aprendizagens ocorridas, ou não. Nessa rota reflexiva, ele aponta a AE como o princípio de um novo processo que pode resultar em mudanças na práxis pedagógica. No trecho a seguir, identificamos uma forte crítica à avaliação como instrumento para verificar a capacidade de memorização do aluno, de reprodução. Nesse sentido, podemos observar que a concepção epistemológica fica também, de certa forma, implícita e entendendo que o processo de construção do conhecimento deva ser objetivado pela escola – e não o processo de acumulação de informações no movimento da “pedagogia conteudista”, “pedagogia bancária”, parafraseando Freire (1987). “Hoje em dia, eu pergunto e questiono muito os professores: tu vais reprovar um aluno porque não soube colocar em uma prova uma informação que, se precisar, ele facilmente busca

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