68 Avaliação emancipatória no Ensino Médio Politécnico práticas pedagógicas) como fonte de dados. Nesse sentido, professor e aluno são dois polos que dialogam durante todo o processo. Dos dados coletados acerca do ensino e da aprendizagem, emergem as reflexões que vão reorganizar os próximos passos pedagógicos, visando superar obstáculos e estabelecer facilidades para que professor e aluno alcancem os objetivos do processo educacional: a produção do conhecimento novo. (SAUL, 1998, p. 67). A seguir, destacamos excertos das falas dos entrevistados acerca da AE: ‘[...] Eu já li muito sobre avaliação, pra mim ela é muito subjetiva. Não gosto, do professor que reprova: eu dou 10 questões, o aluno errou duas, ele não sabe, reprovei, tchau. Desconsidera todo aquele conhecimento que o aluno mostrou na sala dele. Por isso, é bastante subjetivo, isso porque eu vivo os meus alunos. Eu vejo, encontro meus alunos na rua hoje, que são brilhantes. Daí como é que a escola vai tratar isso, vai reprovar um aluno: - Eu fiz uma prova de física, o aluno reprovou por um ponto, o professor só está considerando o conteúdo da prova dele e deu. Nós vivemos isso: o aluno reprovou por um ponto, ele vai repetir o ano todo. Eu discordo totalmente disso aí”. (PROFMR, grifos nossos). “A comunidade, os pais e os alunos na AE veem um avanço incrível, por mais simples que a família possa ser, por menos estudos que um pai pode ter, ele vai preferir receber da escola uma AE do que uma nota, algo que fale do aluno, do filho dele. O aluno também quer, só que dá trabalho em um modelo que os professores estão acostumados, que eles enchem o quadro, dão conteúdo, dá uma explicação geral e aplicam uma prova e aquele conceito vai para o boletim, o número e deu. Para ter uma avaliação participativa e emancipatória, tem que olhar para o aluno, tem que olhar ele diariamente, vai ter que perceber a trajetória dele, os avanços e, assim, porque daí tu olhas o aluno, se ele não está conseguindo atingir o objetivo [...] Porque nesse modelo do politécnico é muito difícil usar o argumento recorrente da preguiça do aluno, do aluno preguiçoso, porque não é uma prova que ele não fez, um trabalho que ele não fez e não entregou”. (PROFMU, grifos nossos).
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