Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

67 Jonas Tarcísio Reis processo educacional do programa. As transformações geralmente estão coadunadas aos elementos que organizam, coordenam e estabelecem específicos compromissos sociais e políticos assumidos coletivamente pelos participantes de determinado processo educacional. O entendimento relatado por Saul (1998, p. 66-67), no que tange a crítica educativa, pressupõe uma análise valorativa dos procedimentos educacionais envolvidos em que cada participante se coloca como avaliador não só do processo, mas também dos produtos. A análise sobre a dimensão processual busca identificar de forma crítica aqueles elementos que podem ser transformados para permitir maior qualidade ao processo e, consequentemente, potencializar os produtos dele advindos. A crítica educativa – no âmbito da escola – tem a função de informar acerca da interpretação da relação aluno-aluno, aluno-saber, aluno-professor que são produtoras de conhecimento novo. O processo de crítica educativa permite a reorientação do programa educacional de forma a superar barreiras do processo pedagógico, tanto no âmbito do ensino quanto da aprendizagem, entendendo que da simbiose ensino- -aprendizagem é que emerge o saber. Um dos princípios norteadores dessa orientação avaliativa adjetivada como emancipatória é a “ação-reflexão-ação” (FREIRE, 1996), pela qual a revisão constante e incessante dos procedimentos apresentados/aplicados para a elaboração da relação entre aquele que conhece como sujeito inquiridor da realidade e constrói o seu conhecimento na relação com o outro mediatizado pelo meio. Dessa forma, ela se torna acumulativa. Permite que o processo avaliativo se complexifique cada vez mais no sentido de que os mecanismos da ação são reavaliados constantemente possibilitando, assim, o aperfeiçoamento da capacidade intuitiva e inferencial do sujeito para a interpretação e compreensão, não só do fenômeno como também dos elementos adjacentes a ele. Os princípios gerais dos procedimentos de AE balizam um novo paradigma, numa abordagem qualitativa de fazer avaliação escolar utilizando-se de métodos dialógicos, onde a participação e a democracia são elementos indispensáveis. A avaliação não se dá apenas a partir dos produtos, mas também averígua o curso do ensino e da aprendizagem, o relato do método empregado para a produção do conhecimento, os debates, a análise dos pontos de vista acerca das aprendizagens e do processo de ensino e a observação constante. Portanto, é participante e utiliza a análise documental (dos registros das

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