Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

60 Avaliação em larga escala da qualidade da Educação Básica Brasileira (1980-2015) tiva aprendizagem, para melhorar seus resultados escolares no IDEB, camuflando uma pseudomelhoria da qualidade das escolas. Estas contradições que foram evidenciadas encontram abrigo na perspectiva teórica positivista ainda predominante na atual avaliação em larga escala da qualidade educacional brasileira, que corrobora para transformar os dados de medição quantitativos, superficiais, descolados das realidades específicas das escolas, e, portanto, inadequados, em elementos analíticos determinantes na visão sobre os sistemas escolares brasileiros, nacional, estadual e municipal. (TAVARES, 2013, p. 186). Manifestamos naquele trabalho uma concordância com Valdes (2008, p. 71), que entende que a concepção teórica sobre a qualidade da educação deveria ser um problema social e político; e não meramente técnico e pedagógico. E como já defendia Peroni (2009), ainda “urge” uma discussão das políticas públicas de educação que possam sustentar uma qualidade da educação para todos, em especial, os oprimidos, historicamente excluídos. Assim, como já teorizava Valdes (2008), uma educação tem maior ou menor quantidade conforme nos aproximamos, mais ou menos, dos paradigmas filosóficos, sociológicos, pedagógicos, psicológicos predominantes numa sociedade histórico-concreta. Neste contexto, lutar por uma nova qualidade da educação para todos, é lutar por um novo modelo social e político educacional brasileiro que supere o neoliberalismo e o positivismo ainda reinantes em nossa sociedade atual. Lutar por uma sociedade histórico-concreta mais humana, solidária e inclusiva. Desta forma, podemos buscar uma transformação na política educacional de avaliação em larga escala da qualidade da educação básica brasileira, buscando uma visão integrada do ser humano baseada numa educação integral: corporal, racional e emocional. REFERÊNCIAS AFONSO, Almerindo Janela. Reforma do estado e políticas educacionais: entre a crise do Estado-nação e a emergência da regulação supranacional. Educação e Sociedade, Campinas, n. 75, p. 15-32, ago. 2001. ____. Estado, mercado, comunidade e avaliação: Esboço para uma rearticulação crítica. Educação & Sociedade, ano XX, v. 20, n. 69, p. 139164, dez. 1999.

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