59 Edson Leandro Hunoff Tavares premiar redes, escolas e alunos com melhores desempenhos nas provas, o que seleciona e diferencia ao invés de promover a ampliação e a igualitarização desses bons resultados à todas redes, escolas e alunos. É a máxima de que a qualidade da educação seria alcançada através da competição, da classificação e da seleção, e não por intermédio da cooperação e da igualitarização. Portanto, estas políticas educacionais calcadas em avaliações de larga escala seletivas e classificatórias contraditam com a ideia da qualidade da educação como um direito de todos, fortalecendo uma noção meritocrática, desigual e excludente da qualidade educacional. Em nosso trabalho de pesquisa, em nível de mestrado, intitulado “Avaliação em Larga Escala e Qualidade da Educação: um estudo a partir da visão dos sujeitos da Rede Escolar Municipal De Cachoeirinha/ RS” fica evidente uma contradição entre a teoria das políticas educacionais de avaliações em larga escala com as práticas educativas avaliativas dos gestores municipais e escolares, e dos professores nas séries finais do Ensino Fundamental da rede escolar municipal de Cachoeirinha/RS, que se concretizava nas inadequações daquelas avaliações em relação às mais diversas especificidades escolares como: currículo, regionalidade, infraestrutura, e aspectos sociais e culturais, dos alunos com necessidades especiais (de inclusão), entre outras. Essa contradição entre teoria e prática, servia também para outra contradição entre as avaliações externas de larga escala e as avaliações internas das escolas. Isto se deve ao fato de que as investigações das práticas curriculares avaliativas, nas séries finais das escolas municipais, evidenciaram uma avaliação escolar processual, que buscava uma visão integral dos alunos, em contradição com os modelos avaliativos de larga escala da educação básica brasileira, que priorizam avaliações educacionais baseadas nos resultados escolares, ou seu produto. Outra contradição evidenciada em nossa investigação foi entre a avaliação em larga escala da educação básica brasileira, baseada na quantidade dos produtos ou dos resultados escolares obtidos pelos alunos (representados pelos números do IDEB), e a avaliação educacional escolar, praticada com base numa busca pela qualidade em todos os fatores do processo de ensino-aprendizagem. Isto tinha despertado uma revolta nos gestores escolares e professores com relação às manobras realizadas pelos gestores das redes escolares municipais, que visavam aumentar a quantidade numérica de aprovados, mesmo sem a sua respec-
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