Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

58 Avaliação em larga escala da qualidade da Educação Básica Brasileira (1980-2015) ações pedagógicas e administrativas visando uma melhoria da qualidade educacional. As avaliações do SAEB e da Prova Brasil levam em conta as proficiências em Língua Portuguesa e Matemática, sendo que somente em 2014, em caráter experimental, houve uma avaliação de testes de Ciências, com base nas Matrizes de Referência do SAEB, tanto para o 9º ano do Ensino Fundamental, como para o 3º ano do Ensino Médio. CRÍTICA ÀS AVALIAÇÕES EM LARGA ESCALA DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO Sousa (2014) também evidenciou que os resultados obtidos pelos alunos, ou o seu produto, nas provas de avaliação em larga escala da educação básica passaram a ser interpretados como a qualidade educacional das redes escolares e da própria escola em si; em detrimento dos processos, além de não considerar os contextos escolares, massificando uma ideia restrita, fragmentada e meramente quantitativa de qualidade (p. 411). Esta concepção da avaliação difundida no Brasil, estimula uma cultura avaliacional classificatória, seletiva e pseudomeritocrática, historicamente existentes no modelo educacional do nosso país. Isto reforça uma ideia de qualidade da educação associada com a desigualdade, a seletividade e a exclusão escolares impregnadas no seio do tecido social e educacional brasileiro. A medição de desempenho dos alunos nessas provas acabou por sustentar diversas ações políticas educacionais e de gestão escolar em nome de uma pretensa melhoria da qualidade educacional. Assim, as ações governamentais passam a visar, basicamente, uma busca frenética da viabilização de melhores resultados dos alunos nas avaliações, modificando currículos escolares, com apoios técnico e docente, preparação para as provas, investimento de recursos, até de pacotes didáticos educacionais, visando às mesmas. Essa ideia de responsabilização escolar acaba por se traduzir em competição internas e externas às redes escolares, numa premissa que tal disputa levaria a resultados melhores nas ditas avaliações. Dessa forma, a busca por essa tal qualidade educacional equivalente a boas pontuações nas medições quantitativas dos indicadores educacionais, vai gerando mais exclusões e desigualdades, tanto internas, quanto externas à estas redes escolares, que acabam por investir e

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