Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

48 Avaliação em larga escala da qualidade da Educação Básica Brasileira (1980-2015) Lula e Dilma, pelos seus sucessores: Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL), com orientações político-governamentais respectivamente de Direita e Extrema Direita. Estas recentes mudanças nas orientações das políticas educacionais governamentais afetam diretamente a visão brasileira de qualidade da educação, pois estamos abandonando, aos poucos, uma visão republicana e democratizante da escolarização e das pesquisas acadêmicas e adotando um viés privatizante, antidemocrático, elitista e classificatório no trato do sistema educacional do Brasil. Tenho por objetivo neste trabalho analisar algumas das novas perspectivas sobre a avaliação em larga escala da qualidade da educação básica brasileira, desde o espaço-temporal delimitado em minha pesquisa em nível de mestrado, realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISINOS, sob a orientação da Profª Drª Berenice Corsetti. Para isto, abordarei também alguns textos sobre a temática das políticas educacionais de avaliação em larga escala e qualidade da educação, posteriores e/ou não abordados no período de minha pesquisa e que desenvolvem análises críticas e algumas reflexões atuais. Na educação, a internacionalização das políticas educacionais levadas a cabo pelos organismos internacionais como: UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, BIRD – Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento, Banco Mundial - BM e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, iniciada na década de 1980, teve sua concretização na década seguinte. Como parte da estratégia do “Consenso de Washington”, a educação na América Latina sofreu uma série de reformas de viés neoliberal em consonância com a nova etapa globalizacional do modo de produção capitalista, levando inclusive a UNESCO a ser suplantada pelo Banco Mundial – BIRD nas definições das orientações governamentais relativas às políticas educacionais. O Banco Mundial orientou os critérios gerenciais e de eficiência adotados na avaliação em larga escala da educação brasileira, desde os anos 1990, que balizaram as políticas educacionais governamentais que almejavam atingir uma qualidade da educação. O próprio SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica Brasileira, surgido em meio àquela década, tinha como principal objetivo, a contribuição para a melhoria da qualidade da educação brasileira e para a universalização do acesso à escola. (INEP, 2002, p. 9). Da mesma forma, foi criado o IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (combinando o desempenho dos alunos na Prova Brasil, o SAEB e os índices de aprovação das esco-

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