Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

31 Simone Martins da Silva ficiência de professores qualificados, que tende a agravar-se, foi preciso encontrar os meios de aumentar a produtividade dos bons professores. Isto incluiria investimento em bons livros didáticos, em materiais audiovisuais e, sobretudo, no emprego de técnicas modernas de comunicação, rádio, filmes e televisão no ensino. (MCNAMARA, 1974, p. 11). Como se percebe, o Banco Mundial, desde 1960, tem participado ativamente e de forma sistemática no âmbito educacional com intervenções e políticas educacionais para a América Latina. A atuação do BM tem sido expressiva no campo educacional, mediante formulações de políticas e de estratégias traduzidas em projetos, programas e reformas que os países devem incorporar para ter a aprovação dos empréstimos externos; ou seja, para ter a aprovação do financiamento, é preciso a garantia do cumprimento de metas e regras impostas, tornando necessária a problematização constante da forma e da intenção com que estas políticas e estratégias estão se materializando, como por exemplo, na roupagem da avaliação em larga escala. DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA NO BRASIL O primeiro projeto do setor educacional brasileiro que conseguiu ser contemplado com as políticas do BM data do ano de 1946, durante o Governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra. Nesse ano, foi aprovado o primeiro acordo para o setor educacional, dirigido à construção da Escola Técnica de Curitiba, durante a implementação da Lei Orgânica do Ensino Industrial de 1942. (NOGUEIRA, 1998). Essa relação pode ser percebida também nos anos seguintes, como no documento chamado Educação Primária, em que o BM afirma prioridade na Educação Primária, por ser o pilar do crescimento econômico e do desenvolvimento social, além de principal meio para promover o bem-estar das pessoas, em detrimento da Educação Infantil, do Ensino Médio, da Educação de Jovens e Adultos, da Educação Indígena e do Ensino Superior; funcionando como chave para o desenvolvimento e concebendo-o como investimento necessário e de maior retorno que outros investimentos. Outro exemplo é o controle dos conteúdos distribuídos na Educação Primária, cujo alinhamento são os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Nessa lógica, predominam

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