293 Julian Silveira Diogo de Ávila Fontoura e Juliana Milcharek gáveis para cidadãos de baixa renda, como é o caso dos cursos da área da saúde, por exemplo. (COSTA; FERREIRA, 2017). Importante destacarmos o impacto dessa política pública a partir a oferta e demanda da Educação Superior e na garantia constitucional de que a educação é direito de todos os sujeitos. É preciso que percebamos a política pública do PROUNI a partir da perspectiva de uma educação inclusiva, justa, de qualidade e comprometida com o desenvolvimento do país. (CASTRO, 2016). Nesse sentido, acreditamos que seja importante compreender a forma como o conhecimento produzido dentro das diferentes comunidades de pesquisa frente à temática do PROUNI, articulada a Qualidade da Educação. Estas comunidades acabam operando sob uma perspectiva bourdieana de campo, pois “todo campo, como o campo científico [...] é um campo de forças e um campo de lutas para conservar ou transformar este mesmo campo de forças”. (BOURDIEU, 2004, p. 22). Não diferente de outros campos, o campo acadêmico é caracterizado por disputas (e alianças) com vistas à conquista de determinados objetos (BOURDIEU, 2004). Estas tensões acabam sendo percebidas através das produções acadêmicas dos Programas de Pós-Graduação, como sendo até mesmo uma tentativa de regulação do campo de pesquisa, ou melhor, o estabelecimento de uma visão (abordagem/perspectiva) de compreender os fenômenos dentro de um paradigma. O estudo aqui apresentado se propõem a compreender a forma como as temáticas da qualidade da educação e do PROUNI se manifestam junto a produção acadêmica (teses e dissertações) de Programas de Pós-Graduação stricto sensu brasileiros, de forma a evidenciar as diferentes dimensões com que esta política de Educação Superior passa a se consubstanciar ao longo do tempo (2010 e 2018). Na produção e análise dos dados, nos utilizamos dos princípios de Estado do Conhecimento (FERREIRA, 2002; MOROSINI, 2015), caracterizados pelo foco na pesquisa de caráter histórico-bibliográfico (FIORENTINI; LORENZATO, 2007), exploratório-investigativo (MELO, 2006), inventariante e descritivo (FERREIRA, 2002). A TRAJETÓRIA DA INVESTIGAÇÃO: O CAMINHO DA PESQUISA Da mesma forma que Vieira (1992, p. 29), compreendemos o processo metodológico como uma “trajetória teórica”, uma espécie de
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