272 Tensões e enfrentamento da RSU frente à produção do conhecimento: desafios e prática associam-se às dimensões mercadológicas, econômicas e consumistas, projetando a educação como produto/serviço. Assim, adotar com prática um constante exercício de reflexão sobre nossas ações, os impactos e as legitimações, poderá nos auxiliar a seguir o percurso das mudanças, dando ênfase ao papel da universidade atrelado à promoção do desenvolvimento sustentável da sociedade, das pessoas e do ecossistema. Com essa passagem, destacamos que às ações de ensino, pesquisa e extensão, são partes integrantes e importantes da RSU, as quais se inserem no conjunto de responsabilidades e expressam um ato social de compromisso da universidade para com a sociedade. Importante destacar que, apesar do direcionamento dado à educação por conta de um modelo econômico neoliberal, característica do século XXI, a universidade precisa manter a resistência no seio das suas ações para que possa pensar e repensar qualquer tipo de modelo hegemónico face à indução do modo de ser e agir da universidade. Esta forma de resistência quanto ao papel primordial da instituição universitária traduzido na produção e disseminação do conhecimento, se constitui como uma prática de ética e de RSU. Diante desse contexto, a liberdade e a autonomia se tornam valores cada vez mais necessários para assegurar que a universidade possa continuar sendo o acesso ao ensino superior a todos os cidadãos, independente das suas condições financeiras A universidade é um locus para o desenvolvimento intelectual. Esse desafio se coloca a frente da universidade como um dos primeiros tensionamentos entre a sua função e a interpretação que a sociedade neoliberal tem atribuído a sua função. Essa mudança na interpretação da sua função, tem lhe obrigado a olhar criticamente para o conjunto de suas ações, equalizando a sua autonomia com aquilo que a sociedade diz que precisa quando se refere aos cursos ofertados e a produção do conhecimento. A necessidade de continuar a tensionar a RSU como prática de liberdade e autonomia, lhe impõe uma condição indispensável para sua sobrevivência no mercado globalizado. Pela natureza da sua origem, a RSU, também se coloca numa condição de mudança permanente, sem se colocar como refém, mas como parte da sua vida para a “manutenção da sua autonomia”. (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012, p. 51). Apesar do direcionamento dado à educação por conta de um modelo econômico neoliberal, característica do século XXI, há de se ter um foco de resistência no seio da instituição universitária para que se possa pensar e repensar qualquer tipo de modelo hegemónico face à in-
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