271 Adilson José de Almeida e Rute Rosângela Dalmina inclui o dever de prestar contas à sociedade dos recursos que esta lhe proporciona. (SANTOS; FILHO, 2012, p. 78). Corsetti (2013) corrobora com o entendimento de autonomia sob outra perspectiva, quando afirma que [...] que no discurso que vem sendo vinculado para fundamentar as políticas de descentralização, de desresponsabilização (...) essa ideia passa a fazer parte da política que vem sendo implementada, estabelecendo um impacto institucional importante nas escolas, com mais autonomia. Deve-se questionar o quanto essa autonomia é real frente aos mecanismos de controle e regulação tecida de maneira cabal nas políticas de avaliação em larga escala nesse país. (CORSETTI, 2013, p. 16). Para estes autores, a ética também se materializa pelo conhecimento que detém, pela sua dinamicidade, “pela liberdade intelectual de que gozam seus membros, essa instituição milenar mantém uma posição ímpar como esteio dos valores éticos e morais da sociedade”. (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2012, p. 49). Desse modo, compreendemos que a universidade se coloca em defesa dos interesses sociais, e se pauta no compromisso e nos valores institucionais tão disseminados e útil para rever sua competência. Essa preocupação mostra o quanto a RSU pode oferecer, em termos de resistência, a discussão sobre qual a sua função, incluída numa sociedade tensionada pela lógica da concorrência e do homem econômico5. Essa lógica, tem balizado as ações de muitas universidades e contribuído para legitimar um modelo mercadológico de educação baseado na ética empresarial. Para Dardot e Laval (2016) o modelo de educação mercadológico, enfatiza a ética, onde [...] “o homem que faz a si mesmo” e a “realização plena”, mas é por outros aspectos que ela se singulariza. A ética da empresa tem um teor mais guerreiro: exalta o combate, a força, o vigor e o sucesso. Ela transforma o trabalho no veículo privilegiado de realização pessoal: sendo bem-sucedido profissionalmente fazemos da nossa vida um “sucesso”. (DARDOT; LAVAL, 2016, p. 333). A forma como a nova linguagem da RSU tem sido popularizada em redes sociais, programas e projetos, tem mostrado como essas ações 5 Homem econômico ou homo economicus é um termo formulado pelos economistas os quais assumiram que o estudo das ações econômicas do homem poderia ser feito abstraindo-se as demais dimensões (culturais, comportamentais, morais, éticas, religiosas, políticas, etc. e concentraram seu interesse em função do consumo e a da produção.
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