Políticas educacionais: contextos e análises contemporâneas

268 Tensões e enfrentamento da RSU frente à produção do conhecimento: desafios e prática Podemos inferir então, que a RSU sob o ponto de vista da formação do sujeito pode ser entendida como co-participante do desenvolvimento dos seus alunos, e por extensão dos cidadãos. Outro aspecto importante a destacar, sobre a RSU, diz respeito ao seu projeto institucional com ênfase na sua visão de futuro. Para a consolidação do seu projeto social enquanto instituição, sua prática deve estar voltada a formação e promoção do conhecimento. Sua missão precisa estar alicerçada em valores que ultrapassam questões estruturais e financeiras e se voltam ao desenvolvimento das pessoas como uma forma de contribuir com as diferenças individuais e promover a inserção social do sujeito na sociedade. Sob essa perspectiva, tanto o sujeito como a democracia exercem notável importância na construção do novo paradigma, proposto por Touraine (2006) onde a própria ideia de democracia, traz em si mesma, a ideia de participação e de presença. Oferecer um espaço de participação e de mobilização social dentro da universidade, é uma oportunidade para a construção de um contexto de pluralismo e diferenças culturais. Tais contextos permitem o que Vallaeys (2017) chamou de responsabilidade e participação da sociedade no contexto de seu entorno social. Diante dos diferentes atores sociais, a Universidade tem a responsabilidade de oportunizar, o que bem lembra Touraine (2006), [...] a grandeza de nossas democracias liberais consistiu em ter concebido as instituições como meios de produção de indivíduos livres e responsáveis, preocupados em agir segundo critérios universalistas. Foi assim que entramos na ideia de sujeito. (p. 102). Hoje é possível reconhecer um movimento universal que contesta o modelo neoliberal de imprimir na sociedade um modo de ser e estar. Touraine (2006) mostra que o modelo neoliberal provoca também lutas contra o capitalismo e aponta novas formas democráticas. A emergência do novo paradigma, mostra-se como uma revolução, propondo uma alternativa para o ser social, incluindo atividades e classes individuais e universais. Essa ideia pode ser comparada a um fio que liga o que somos e o que podemos ser, sem perder o sentido do que cada um é, “... no engajamento do indivíduo ou do grupo a serviço da imagem dele mesmo que lhe pareça constituir a razão de ser, seu dever e sua esperança”. (TOURAINE, 2006, p. 136). Esse movimento, que propõe o universal sem perder as diferenças, nos remete a pensar como a RSU tem sido desviada do seu percurso natural. Com base nessa afirmação, é possível ver como as práticas

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