267 Adilson José de Almeida e Rute Rosângela Dalmina à produção de conhecimento nas demandas elaboradas na sociedade. Com isso, os impactos e os atos que as instituições têm sido confrontadas com as demandas de mercado, vêm provocando diferentes modos da universidade se fazer presente na sociedade. Em muitos casos, seu foco tem sido mercadológico e não na produção de conhecimento quanto ao desenvolvimento de pessoas. De acordo com Vallaeys (2017, p. 166), os impactos educativos da universidade “influencia a formação dos jovens e profissionais, na sua ética e escala de valores, na sua maneira de interpretar o mundo e de nele se comportar”. Assim, a universidade responsável deve se questionar sobre a formação social de seus estudantes, e sobre tudo, deve garantir a formação de cidadãos responsáveis pelo desenvolvimento humano. O desenvolvimento e a formação proposta por Vallaeys (2017), ao nosso ver, passa pela concepção de sujeito proposto por Touraine (2006), cujo sujeito individual, é o sujeito das relações consigo mesmo para depois ser no coletivo. Sua conduta enquanto indivíduo é que viabiliza o sujeito, permitindo dizer-se sujeito de si e de sua identidade. Outra ideia relacionada ao sujeito feita por Touraine (2006), refere-se à ideia de resistência, de liberdade e de reflexão, uma vez que para ele, a reflexão de si mesmo produz a consciência. Nesse sentido Touraine (2006) propõe um novo paradigma que nos ajuda a tensionar, por um lado, o tipo de sujeito e de Universidade que uma parte da sociedade deseja e por outro, uma parte da sociedade reconhece e luta por um tipo de sujeito e de Universidade que precisa resistir a essas demandas, propondo novas alternativas para enfrentar os desafios. Podemos então, pensar alternativas a partir da ideia de democracia de Touraine e trazê-la para dentro da ambiência universitária. Pensar a democracia, representa a luta dos educadores e gestores frente ao direito da cultura e da liberdade, contrapondo-se a lógica dominadora dos sistemas sociais nos quais, em alguns casos, a própria Universidade se enclausura. Dessa maneira, incentivar a democracia enquanto promotora do espaço para a participação, tem permitido à universidade a efetiva inclusão dos sujeitos e o respeito às diferenças individuais. A partir desse entendimento, podemos pensar como a RSU passa a exercer um papel importante em torno da construção social do sujeito, pois de acordo com Calderón (2016), as universidades, orientadas pela sua visão de futuro, sua missão institucional, seus valores e seu projeto institucional, devem buscar a excelência na formação do sujeito e não apenas desenvolver projetos assistencialista para a comunidade.
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